O deputado federal de São Paulo, Silvio Torres, tesoureiro nacional do PSDB e um dos parlamentares mais próximos ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem ao POPULAR que não procede a informação de que o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), seria destituído da coordenação da campanha tucana à Presidência da República por pressão do DEM.

“Isso é furada, nada a ver. O Marconi Perillo é o coordenador da campanha do Geraldo Alckmin e continua sendo”, declarou Torres. Procurado, Marconi não quis comentar. O PSDB nacional também não respondeu os questionamentos do jornal.

O afastamento do goiano teria sido imposto pelo DEM nacional como condição para apoiar a candidatura de Alckmin, segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo. O motivo seria o fato de Marconi e o pré-candidato do DEM em Goiás, senador Ronaldo Caiado, serem adversários políticos aqui. Por causa de Marconi, aliás, Caiado já havia afirmado que preferia que seu partido apoiasse o colega de Senado Álvaro Dias, pré-candidato do Podemos.

Ligação

Nos bastidores, a informação é de que o PSDB nacional passou o dia tentando contato com Marconi para negar as especulações mas, como o ex-governador teve agenda com o atual governador José Eliton (PSDB) na região do Araguaia, eles só conseguiram no final do dia. De qualquer forma, o próprio Alckmin teria reafirmado a Marconi sua permanência na coordenação da campanha.

Na quinta-feira (19), o chamado Centrão, que reúne, além do DEM, o PP, PR, PRB e Solidariedade, decidiu apoiar Alckmin e, no mesmo dia, teriam se reunido com o tucano para acertar suas condições. Embora o Solidariedade ainda esteja tentando negociar, principalmente a respeito da contribuição sindical, os líderes do grupo devem se reunir na próxima quarta-feira (25) para bater o martelo quanto à aliança.

Com o apoio do Centrão, Alckmin conseguirá mais tempo de propaganda na TV e no Rádio. Ele deve saltar dos atuais 1 minuto e 18 segundos para 4 minutos e meio, o que representa cerca de 40% do horário eleitoral gratuito.

Uma das novidades é que o vice de Alckmin será indicado pelo PR, com o nome praticamente certo do empresário Josué Gomes, de Minas Gerais, filho do ex-vice-presidente José Alencar. Outra condição para o apoio do Centrão, seria a realização de consultas para avaliar a redução do número de candidaturas nos Estados, já que, hoje, o PSDB tem mais de dez pré-candidatos a governo.

Por fim, o apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM) para presidente da Câmara dos Deputados e de Eduardo Paes (DEM) para o governo do Rio de Janeiro também já estariam acertadas.

A decisão das lideranças do Centrão também causou impacto na candidatura do PDT, que oficializou ontem o nome do ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes para a campanha nacional. Ciro tentava atrair as siglas, mas até o presidente Michel Temer (MDB) teria entrado nas negociações, ameaçando tirar ministérios destes partidos se eles decidissem caminhar com Ciro.