Notícias

Embate entre Doria e Pazuello sobre vacinas

Embate entre Doria e Pazuello sobre vacinas

access_time 3 anos ago

Antagonistas na pandemia, o governador João Doria (PSDB) e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deram início a uma troca de farpas menos de meia hora após a aprovação pela Anvisa da autorização de uso de duas vacinas contra a Covid-19.

Fiador da Coronavac, do Instituto Butantan, Doria usou tom duro contra o ministro e o presidente Jair Bolsonaro, acusando-os de terem desprezo pela vida. “É o triunfo da vida contra os negacionistas, contra aqueles que preferem o cheiro da morte ao valor da vida e da alegria”, afirmou o tucano, em entrevista coletiva no Hospital das Clínicas, logo apos assistir à primeira vacinada, a enfermeira Mônica Calanza.

Ele também lembrou frases polêmicas ditas por seus adversários. “’E daí?’, disse um brasileiro. ‘Pressa pra quê?’, disse outro. ‘Toma cloroquina que passa’, afirmou o líder do país. ‘Já fizemos tudo, não há nada a fazer’, repetiu este mesmo personagem. A vacina é uma lição para vocês autoritários, que desprezam a vida, que não têm compaixão”, disse.

Enquanto Doria falava em São Paulo, Pazuello batia boca com ele à distância, numa entrevista coletiva no Rio. Chamou o início da vacinação pelo tucano de estratégia de marketing.

“Nós poderíamos iniciar por marketing a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os brasileiros o Ministério da Saúde não fará isso, não faremos jogada de marketing”, disse Pazuello.

Ele afirmou que o governo federal determinou por medida provisória que a coordenação do plano nacional de vacinação seja executada pelo Ministério da Saúde, em plano apresentado ao STF, lançado de maneira solene no Palácio do Planalto, por todos os governadores.

“Quebrar essa pactuação é desprezar a igualdade entre os estados e todos os brasileiros construída ao longo de nossa história com o programa nacional de imunização. Quebrar isso é desprezar a lealdade federativa. Não permitam movimentos políticos e eleitoreiros se aproveitando da vacinação”, criticou o ministro.

Sem mencionar o nome de Doria, ele disse que o único objetivo da pasta tem que ser salvar mais vidas e não “fazer propaganda própria”.

Além disso, a Fiocruz aguarda a chegada de 2 milhões de doses de vacina da AstraZeneca, que ainda estão em negociações com a Índia para que seja autorizada a entrega, segundo o próprio Pazuello. “É provável que a gente coordene essa entrega no começo da semana”, disse. Ele afirmou que a Índia começaria sua vacinação no sábado (16).

Caiado

O governador também criticou a atitude do colega de São Paulo, João Doria (PSDB), que já iniciou de forma simbólica a vacinação no Estado ao imunizar uma enfermeira ainda na tarde de domingo (17). De acordo com Caiado, é preciso respeitar regras e não dá para transformar a saúde pública numa “questão politica e nem de ordem pessoal”. “Existe um plano nacional de imunização, e esse plano não dá prioridade a Estado A nem Estado B. Ao se fazer uma vacinação fora do plano nacional é quebrar uma cultura que nós já temos no país há 47 anos, onde nós sempre respeitamos este plano nacional”, disse. Para ele, a decisão de Doria é uma prova de que a “vaidade política falou mais do que a solidariedade ao ser humano”.

Compartilhe essa notícia

Comentários