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“Eu jamais aceitaria o convite”, diz novo delegado-geral da Polícia Civil sobre influência política

“Eu jamais aceitaria o convite”, diz novo delegado-geral da Polícia Civil sobre influência política

access_time 3 anos ago

Alexandre Pinto Lourenço realizou bate-papo com a imprensa na manhã desta segunda-feira (15) e afirmou que continuará seu trabalho de combate à corrução. Polêmica envolveu troca de cargos entre ele e o delegado Odair José

O novo delegado-geral da Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) Alexandre Pinto Lourenço promoveu, na manhã desta segunda-feira (15), um café da manhã seguido de uma entrevista coletiva no auditório da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). O encontro que vem depois de uma troca polêmica envolvendo o delegado Odair José que agora assume a Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da SSP-GO, serviu para que Alexandre se pronunciasse sobre a possível interferência política na corporação. Ele negou as especulações e disse que jamais aceitaria o convite se não tivesse liberdade para exercer o cargo.

Na última segunda-feira (8), o deputado estadual e delegado Humberto Teófilo (PSL) fez uma acusação pública em um áudio divulgado por meio do Whastapp e afirmou que Odair seria substituído por não comunicar à secretaria sobre uma operação realizada pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO). Sem apresentar provas nem detalhes da operação,  Teófilo foi rebatido pelo titular da pasta, Rodney Miranda.

“Eu jamais aceitaria convite se não viesse com a mesma chancela da Superintendência de Combate à Corrução. Nenhum dos colegas aceitaria este convite. O jogo político não reflete a realidade dos fatos e continuo no combate à corrupção doa a quem doer. Minha carreira não se constrói a partir do dia em que fui empossado neste cargo. Tenho histórico de combate ao crime sem interferência. Jamais colocaria aqui uma proposta que não fosse de continuar combatendo o crime. Podem ter certeza que não há qualquer proposta de interferência”, pontuou durante a entrevista.

Odair que estava à frente da Diretoria-geral da Polícia Civil desde o início do governo atual havia sido comunicado sobre a mudança ainda na sexta-feira (5). Na segunda seguinte comunicou aos colegas e entidades que representam os delegados. Foi aí que o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindepol) elaborou uma lista tríplice que não incluía o nome de Alexandre. Os nomes indicados foram Adriano Sousa Costa, André Gustavo Corteze Ganga e Letícia Franco de Araújo. Apesar disso, informou, em nota, que a lista era apenas uma sugestão e que respeitava e acatava a decisão do governador”.

Recusa

Na quinta-feira (11), durante a cerimônia de posse, o delegado Odair José se recusou a  assinar o termo de posse no cargo de superintendente e causou mal-estar em evento que foi realizado no Palácio das Esmeraldas, com a presença do governador Ronaldo Caiado (DEM). Nesta segunda-feira (15), também não participou do evento na SSP. Lourenço disse que o colega ainda não se manifestou a respeito dos rumos que dará à frente do novo cargo. “Me confortaria se ele se manifestasse porque sei o quanto efetivamente ele é um bom profissional. Temos apenas dois dias desta nova decisão e apenas ele e o secretário podem dar estas respostas”, completou.

Poucas mudanças

O novo delegado-geral afirmou que poucas mudanças devem ocorrer à frente da corporação e elogiou o trabalho feito pela Polícia Civil até o momento. Ele também ressaltou a importância dos delegados que foram empossados recentemente que fazem parte dos aprovados em concurso em 2018 e que reforçaram a corporação, principalmente no interior do Estado.

Influência

O POPULAR apurou que na semana passada houve investigações no Detran-GO que envolvem a participação de uma servidora comissionada em suposto esquema de falsificação de carteiras de habilitação. A operação não teria sido divulgada por determinação judicial. O POPULAR não conseguiu confirmar se houve cumprimento de mandados no órgão e quem é a servidora investigada.

Em setembro do ano passado, o governo trocou o comando da Deccor sob acusações de retaliação por operações que atingem agentes públicos do grupo político do governador, incluindo órgãos como Detran e Codego. As informações de bastidores eram de que a SSP estava “segurando” cumprimento de mandados em órgãos do governo. Humberto lembrou o episódio no áudio, afirmando que Rômulo Figueiredo, ex-titular da Deccor, “está até hoje no corredor porque investigou gente grande”.

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