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‘Fui sabotada por quem se diz mulher de palavra’, diz vereadora Cristina

‘Fui sabotada por quem se diz mulher de palavra’, diz vereadora Cristina

access_time 4 anos ago

Obrigada a retirar candidatura para a sigla apoiar Maguito Vilela (MDB), ela se diz traída pela executiva do PL e pela deputada Magda Mofatto, responsável por sua filiação

“Eu fui sabotada pela executiva do partido, por meio do Flávio Canedo e pela mulher que tem o slogan ‘mulher de palavra’. Mas mulher de palavra só quando lhe é conveniente.” O desabafo é da vereadora Cristina Lopes, que teve sua candidatura retirada pelo PL, para apoiar o candidato do MDB, Maguito Vilela. Ela chegou a ter o nome oficializado em convenção realizada na quarta-feira (16), mas na ata do evento, já constava a coligação entre as siglas.

O Popular adiantou que o apoio à candidatura do MDB pelo PL foi feito por meio do diretório estadual da sigla, que é presidido por Flávio Canedo, marido da deputada federal Magda Mofatto (PL), outro importante nome do partido em Goiás. Lideranças tentaram convencer a vereadora a aceitar a proposta de apoiar Maguito, mas ela recusou.

Cristina, que se sentiu traída pela sigla, convocou a imprensa para dar sua versão da história. Segundo a vereadora, Flávio teria ligado para ela na manhã desta quinta (17) dizendo que não seria mais candidata e que, se insistisse, ele iria interferir na chapa. Ressentida, ela também criticou Magda, que foi uma das principais responsáveis por sua filiação ao PL.

O ato de entrada no partido se deu no dia 3 de abril, depois de deixar o PSDB que, segundo ela, não garantiu condições para sua candidatura em Goiânia. “Então eu parti para o PL, que me garantiu, por meio da Magda, essas condições, não importava o que acontecesse”, disse.

Por esse motivo, Cristina diz se sentir traída. A vereadora contou que a justificativa dada para impor a saída do pleito foi de que ela não decolou nas pesquisas e não conseguiu articular um vice de outro partido. “Mas isso nunca foi colocado na mesa como condição. Além do mais a campanha nem começou”, contestou.
Cristina disse, ainda, que ficou muito nervosa diante da situação. “Foi muito tenso, minha primeira reação foi quebrar tudo naquela sede do partido. Mas respirei fundo e consegui me controlar. Falei com muita gente da executiva nacional, mas não conseguimos reverter essa sabotagem e traição”, descreveu.

MACHISMO

Para Cristina, não só ela, mas todo o grupo que a apoia foi sabotado. “As mulheres desse país foram traídas e, o pior, por outra mulher”, disse ao declarar que a decisão foi machista. Ao seu lado, estavam mulheres que atuam na política e falaram em solidariedade à vereadora. Entre elas, as colegas de Câmara Municipal, Priscilla Tejota e Sabrina Garcêz, ambas do PSD, e Tatiana Lemos (PCdoB), que participou remotamente.

A arquiteta e urbanista Maria Ester, que também foi obrigada a desistir da candidatura a prefeita pela Rede, que preferiu se coligar com o PSB em apoio à candidatura de Elias Vaz, foi outra que manifestou apoio. “E eu venho aqui pedir aos goianienses, que não votem em homens”, afirmou.

Nega na Moda (Avante), que havia sido confirmada vice do ex-senador Wilder Morais (PSC), que desistiu da candidatura para se tornar vice de Vanderlan Cardoso (PSD), também falou. Apesar de manter a parceria com Wilder, ela disse que a semana que se passou foi muito triste para ela. “Fiquei muito magoada, muito chateada, mas eu sou um bebê na política”, disse.

Com a saída de Cristina do páreo, a disputa em Goiânia, com 14 candidatos, passa a ter apenas duas postulantes mulheres: Adriana Accorsi (PT), que não foi ao evento, mas manifestou solidariedade à Cristina, e Manu Jacob (PSOL), que estava ao lado de Cristina durante o pronunciamento, e também manifestou apoio à colega.

Muito emocionada e, às vezes, aos prantos, Cristina agradeceu a solidariedade que está recebendo e disse que vai apoiar os colegas que vão seguir na chapa. Ela afirmou que não vai se candidatar a vereadora e lembrou que é suplente do deputado estadual Diego Sorgatto (DEM), que é candidato a prefeito de Luziânia. Se eleito, ela pode ocupar sua cadeira no Legislativo goiano.

Cristina também não quer pensar em filiação a outro partido agora, apesar de já ter recebido convites. Mas garantiu que vai escolher candidato e manifestar apoio na campanha em Goiânia. “Eu não vou me omitir”, assegurou.

Outro lado

Flávio Canedo disse que as críticas de Cristina deveriam ser direcionadas a ele somente e não à Magda, já que ele é o presidente do partido. Ele reforçou que decidiu não bancar mais a candidatura porque “faltou articulação para viabilizar o projeto”.

“Em qualquer partido tem que haver o mínimo de condições para trabalhar uma candidatura. Tem que viabilizar alianças, e eu sempre avisei isso a ela. Mas, por ineficiência ou soberba em não aceitar ser vice de ninguém, isso não deu certo”, acrescentou. Sobre as acusações de machismo, ele negou e disse que “quando se quer holofotes, a pessoa parte para esses termos”.

Magda Mofatto reforçou que não tem influência nas decisões do partido, disse que ficou “chocada, comovida e preocupada” com as declarações de Cristina, fez elogios à vereadora e pediu desculpas: “Se eu te magoei, não foi minha intenção.”

Fonte: O POPULAR

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