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PSDB vê chance atual de liderar grupo de oposição em Goiás

PSDB vê chance atual de liderar grupo de oposição em Goiás

access_time 3 anos ago

Partido anunciou planos de lançar Marconi Perillo na disputa a deputado federal e ter candidato próprio ao governo em 2022; tática é associar Ronaldo Caiado a Jair Bolsonaro

Grande derrotado das eleições de 2018 em Goiás e enfraquecido na disputa de 2020 nos municípios, o PSDB estadual inicia estratégias para tentar se reerguer no ano que vem. O partido, que anunciou na segunda-feira (1º) o plano de lançar o ex-governador Marconi Perillo na corrida por cadeira na Câmara dos Deputados e candidatura própria ao governo em 2022, enxerga uma “janela de oportunidades” no cenário político atual para tentar liderar um grupo de oposição.

No embalo da renovação do diretório estadual, marcada para abril e com a tendência de que o ex-governador José Eliton seja o novo presidente, a cúpula da sigla quer atuar em duas frentes: unificar o discurso de críticas ao governo de Ronaldo Caiado (DEM), com a tática de associá-lo à gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e buscar unir em uma aliança os insatisfeitos e as lideranças políticas que têm dificuldades de viabilizar os planos para 2022.

A preocupação de praticamente todos os partidos com as eleições para deputado no ano que vem – será a primeira sem coligações – justifica a iniciativa dos tucanos de já lançarem a pré-candidatura de Marconi para a Câmara. Mesmo com os desgastes e as ações na Justiça contra o ex-governador, a sigla considera que é um puxador de votos e vai contribuir com a permanência dos atuais parlamentares e com a atração de outros pré-candidatos. Todos dizem não acreditar na possibilidade de condenação e inelegibilidade do ex-governador.

A porta para a legenda ser protagonista no grupo de oposição foi aberta após a morte do prefeito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), dizem os tucanos. Sem o comando da capital, com o ex-prefeito Iris Rezende defendendo a reeleição de Caiado e com o diálogo aberto pelo governo com Daniel Vilela, presidente estadual do MDB, o partido que hoje seria o principal da oposição pode se aproximar do governo, preveem.

“O MDB está em altas conversações e é mais difícil (de integrar o grupo de oposição). A partir do momento que senta na mesa para negociar quer dizer que está junto no projeto”, disse o deputado estadual Talles Barreto (PSDB) ao Giro na semana passada.

Esse foi o tom da conversa de segunda-feira no PSDB, que teve a participação dos deputados estaduais Francisco Oliveira, Lêda Borges, Helio de Sousa e Gustavo Sebba, além de Talles, de Marconi e José Eliton, e do atual presidente da sigla, Jânio Darrot, ex-prefeito de Trindade e que foi lançado pré-candidato ao governo.

Grupo

Questionados sobre os partidos que poderiam compor a oposição, tucanos citaram PSL, PL – que hoje não estão na base governista -, PP, PSD – que mantêm conversas com Caiado, mas tiveram desentendimentos recentes – e até mesmo siglas da esquerda. Na estratégia de associar Caiado e Bolsonaro e acreditando que a disputa do ano que vem será “nacionalizada”, algumas lideranças apostam na tentativa de formar uma “frente progressista” contra o governador.

Além da associação com Bolsonaro, o partido também pretende apontar problemas da gestão caiadista, como o acúmulo de endividamento, a ausência de programas sociais e a falta de investimentos. “Até aqui vimos apenas a narrativa do governo, sem nada de contraditório. Se não começarmos agora, a ideia que passamos é que vira tudo conversa eleitoral. E damos espaço para que o governo fique repetindo sua narrativa, sem contraponto. Temos de começar a falar, provocar, questionar porque é assim que se fortalece o debate”, diz uma das lideranças, ao falar de bastidores da reunião.

A estratégia também passa pela tentativa de desconstrução do discurso de moralidade e combate à corrupção do governador, expondo investigações e acusações relacionadas a integrantes do governo.

Aclamado na reunião para ser presidente, Eliton diz que ainda está decidindo se assumirá o comando, mas que defende uma posição incisiva da sigla no debate de questões administrativas e políticas do Estado. “Entendo que o partido deve ir para uma posição mais firme, de apontar os equívocos do governo ‘BolsoCaiado’, que tem as mesmas práticas e estilo de governar. O PSDB, como maior partido de oposição, precisa entrar no debate, de alto nível, mas com firmeza, em favor da sociedade.”

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