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Ronaldo Caiado admite mudanças no secretariado
Em entrevista ao jornalista e apresentador Jackson Abrão, ontem, o governador Ronaldo Caiado (DEM) admitiu mudanças no secretariado do Estado a partir do ano que vem. “Mexo na equipe sim, até porque eu acho que isso é extremamente positivo. Você tem um primeiro tempo de jogo e você tem um segundo tempo de jogo”, disse.
Segundo o governador, este é o momento para uma mudança gradual. “E que vai sinalizar quais pontos que nós identificamos como prioritários nas nossas ações para os anos de 2021 e 2022”, acrescentou.
Caiado chega, agora, à metade da gestão à frente do governo do Estado e foca na segunda parte da administração, que se encerra em 2022.
O democrata não deu detalhes, porém, sobre quais áreas sofrerão alterações de seus titulares. Ele afirma que ainda tem o período de Natal e ano novo para analisar. “Em política a gente conversa bastante, escuta, vai analisando, refletindo. E com a experiência hoje acumulada no Executivo, nós saberemos em janeiro implantar essas ações.”
A coluna Giro, do POPULAR, mostrou, no fim de semana, que a reforma administrativa do governo do Estado deve servir para acomodar forças políticas e consolidar a base caiadista, com vistas às eleições de 2022. Partidos como PDT e PP devem ser contemplados. O PSD também é cotado, haja vista que o partido formou aliança com o democrata na eleição pela Prefeitura de Goiânia neste ano, com o apoio de Caiado a Vanderlan Cardoso (PSD).
Bolsonaro
O governador também falou sobre sua aproximação com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo ele, para além de um interesse eleitoral, o objetivo é mostrar ao chefe do Executivo federal que Goiás está fazendo a “tarefa de casa”. “E como tal, espero ter a reciprocidade, que temos recebido, mas com as limitações de não poder pegar empréstimos”, disse, ao lembrar que o Estado ainda busca ser contemplado por um programa de renegociação de dívidas com a União.
Recentemente, o Congresso Nacional aprovou o projeto de criação do Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF) e alterou o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), possibilitando o ingresso de Goiás, que vem pleiteando essa entrada desde 2019.
Maguito
Caiado ainda falou sobre a relação com o prefeito eleito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), e ressaltou que não haverá resistência administrativa para que trabalhem juntos. Na semana passada, o governador teve a primeira reunião com a equipe do emedebista, representada pelo vice eleito Rogério Cruz (Republicanos) e pelo filho de Maguito, Daniel Vilela (MDB), em uma conversa que gerou em torno das parcerias no combate à Covid-19.
“Não tenho a menor a dificuldade de conviver e fazer uma gestão ao lado de Maguito”, disse Caiado durante a entrevista. O governador apoiou o adversário, Vanderlan, na disputa.
Vacina
Em relação à pandemia, Caiado citou a discussão em torno da vacina contra o novo coronavírus e disse que teve participação decisiva no lançamento do Plano Nacional de Imunização.
“É minha a tese de que cabe ao ministro da Saúde requisitar administrativamente as vacinas, para que a distribuição não seja uma distribuição do governador de São Paulo ou daquele que ele escolhe como aliado para 2022”, afirmou ao mais uma vez alfinetar o governador João Doria (PSDB), visto como principal adversário de Bolsonaro na disputa pela vacina.
Ele também destacou a briga política em torno da vacina e voltou a dizer que não pode haver “uma corrida maluca” entre prefeitos e governadores. Para o governador, o que cabe aos gestores estaduais é a logística da vacina, que inclui a compra de seringas.