O governador Ronaldo Caiado (DEM) disse em uma live nas suas redes sociais na manhã desta terça-feira (22) que pediu ao procurador-geral de Justiça Aylton Vechi que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) não “interferisse na área da saúde” e que “deixasse isso para quem entende do assunto”. A crítica, segundo ele deu a entender, se deve ao fato de promotores estarem insistindo para que hospitais voltassem a fazer cirurgias eletivas em regiões onde a Covid-19 representa uma ameaça de alta nas internações.

“Pedi a ele que encarecidamente que os promotores não se prestassem a querer entender de saúde pública nesta hora, porque a determinação de alguns hospitais nossos de já terem de começar a fazer cirurgias eletivas – e nós fizemos questão de manter todos os leitos – isso já bagunçou um pouco, a palavra é esta, tá certo?”, afirmou o governador na transmissão. “Eu pedi para o doutor Aylton que realmente deixasse isso com nós que entendemos de saúde pública.”

Caiado citou especificamente os casos de Formosa e Luziânia. Na primeira cidade, ele disse que lá está com “100% de ocupação” dos leitos e que é um local que “extrapolou todo o nível de contaminação”. “Formosa é o pior nível de contaminação do Estado”, afirmou. Sobre a segunda, disse apenas que “exigiriam que alguns leitos fossem para cirurgia eletiva”.

O governador justifica o pedido dizendo que não procede o argumento de que tem leito “que não está funcionando”, pois estes estariam preparados para receber pacientes com Covid-19 caso haja um aumento de demanda, como previsto para janeiro pelo governo estadual, principalmente no Entorno do Distrito Federal. “Gente, mas nós estamos pagando porque você não aciona um leito de UTI igual você dá partida num carro, não é assim, tem de ter equipe, tem de ter tudo aquilo funcionando, para que as coisas possam acontecer.”

Por meio de nota, o Ministério Público afirmou apenas que, “desde o início da pandemia, sempre pautou sua atuação na defesa intransigente de preservação da vida, inclusive para que a população tivesse garantido o pleno acesso aos leitos destinados à Covid”.