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De olho em 2022, negociações visam acomodações de aliados em Goiás
Depois do novo mapa político das eleições municipais, Caiado busca ampliar a base e consolidar apoios partidários
De olho no projeto de reeleição em 2022, o governador Ronaldo Caiado (DEM) deve anunciar na próxima semana mudanças no secretariado que visam principalmente a acomodações políticas. Depois do novo mapa político das eleições municipais, o democrata busca ampliar a base e consolidar apoios partidários.
As articulações ganharam um ingrediente na última semana: a formação do secretariado da Prefeitura de Goiânia, principal trincheira do MDB no Estado, com uma aliança política tida como um ensaio para a frente de oposição da sucessão de 22. Foram acomodados na gestão municipal cinco partidos, além do MDB, e há discussões com pelo menos mais dois.
O governador está em viagem de descanso e deve retornar no próximo final de semana. Antes de sair, pelo menos um convite já foi feito, justamente para a secretaria que cuida da articulação política. O deputado estadual Tião Caroço (PSDB) confirma que teve uma conversa com Caiado há uma semana sobre a possibilidade de assumir a Secretaria de Governo.
O convite tem vários objetivos: melhorar a interlocução com a Assembleia e com prefeitos, reforçar o enfraquecimento do PSDB levando um de seus integrantes para a gestão, estabelecer uma aproximação com conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO), dos quais Tião é próximo, e garantir vaga no Legislativo para a ex-vereadora e ex-candidata do PL à Prefeitura, Cristina Lopes.
Tião foi submetido a uma cirurgia esta semana e diz que terá nova conversa com o governador para baterem o martelo. Se for confirmada a ida, ele substituirá um de seus maiores desafetos na política, o ex-deputado e ex-prefeito de Formosa Ernesto Roller.
Caiado oferece espaços principalmente para o PP, PSD, PDT e PSB, mas há resistências em pelo menos dois deles. O presidente estadual do PSB, deputado federal Elias Vaz, esteve ontem no Paço Municipal, em conversa com o prefeito em exercício, Rogério Cruz (Republicanos), e com o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, filho do prefeito licenciado Maguito Vilela, quando ouviu novo convite para que seu partido participe da gestão.
Embora o presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSB), seja próximo do governador e tenha afirmado ao POPULAR que o partido poderia integrar oficialmente a base, Elias, que foi candidato a prefeito, apoiou Maguito na campanha da capital no segundo turno, e tende a defender a composição com a Prefeitura. Ele afirma que tomará decisão em conjunto com a executiva da sigla.
No comando do PSD, também há resistências para integrar a gestão estadual, apesar do acordo feito na campanha em Goiânia, com apoio do governador ao senador Vanderlan Cardoso. O presidente do partido, Vilmar Rocha, não quer fechar compromisso para a sucessão de 22. Nos bastidores, as informações são de que Caiado pode oferecer a Secretaria de Educação para convencer o comando da sigla.
O PP, segundo partido com maior número de prefeitos eleitos em 2020 em Goiás, é a sigla da base com mais tempo de televisão, e caminha para abocanhar a área social do governo Caiado, além de já ocupar a Cultura. A ex-senadora Lúcia Vânia deve ser substituída por um nome indicado por Alexandre Baldy, presidente do PP estadual, na Secretaria de Desenvolvimento Social.
O governo tentou articular a divisão da SEDS entre o PP e o PDT, mas a informação de bastidores é que o primeiro não aceita, usando como argumento a estrutura do partido e a necessidade de consolidação da base neste momento.
No dia 21 de dezembro, Caiado confirmou ao POPULAR que faria alterações no quadro de auxiliares. “Mexo na equipe, sim, até porque eu acho que isso é extremamente positivo. Você tem um primeiro tempo de jogo e você tem um segundo tempo de jogo”, disse. Segundo ele, as mudanças vão sinalizar os pontos prioritários das ações do governo para 2021 e 2022. Na ocasião, o democrata admitiu que disputará a reeleição.