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MDB goiano busca redirecionamento
Aposentadoria de Iris Rezende e morte de Maguito Vilela levam sigla a redefinir rumos; presidente Daniel Vilela e prefeito Gustavo Mendanha são apostas para conduzir partido
Com a aposentadoria de Iris Rezende da carreira política e a morte de Maguito Vilela, o futuro do MDB goiano deve ser guiado pelo presidente estadual Daniel Vilela e pelo prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha. Esta é a avaliação de lideranças do partido que atuam na capital e do interior do Estado. Para os emedebistas, é provável que o direcionamento da sigla seja baseado em preceitos deixados por Maguito, pai de Daniel e padrinho político de Gustavo. Membros do partido afirmam que Iris segue como conselheiro da nova geração.
Ex-vereador pelo MDB e secretário de Governo da Prefeitura de Goiânia, Andrey Azeredo afirma que a maior liderança do partido é Daniel, e Gustavo está “num momento de ascendência maravilhoso”. “Mas não podemos esquecer da experiência de lideranças consagradas que também são referências, como Humberto Machado, prefeito de Jataí, que merece todo mérito e louvor. O MDB tem quadro valioso na capital e no interior”, diz Andrey.
O deputado estadual Henrique Arantes, que entrou para o partido em outubro de 2019, diz que primeiro a legenda viverá o luto. “Não temos que agir por agora. Precisamos aguardar. Para o ano que vem, vamos buscar a eleição de grande número de parlamentares, sob a liderança de Daniel Vilela, que vai ditar o tom da música. Por causa da tragédia que aconteceu, é muito cedo para fazer uma leitura política.” Henrique diz ainda que a ausência de Maguito aumenta a responsabilidade de fazer o partido crescer no Estado.
Recém-chegado na Câmarade Goiânia, o vereador Henrique Alves destaca que Daniel e Gustavo são pessoas com perfil de conciliação, assim como era Maguito. “É difícil falar quais são os rumos do partido, mas o Daniel é a pessoa certa. Não vai ser fácil, mas ele vai superar este momento”, diz o vereador.
Questionado sobre as estratégias para o crescimento de novas lideranças e atração de novos quadros, Henrique diz que tudo é uma questão de oportunidade. “No meu caso, foi uma oportunidade de ser secretário, que me incentivou a buscar a vida pública. Eu sempre tive um perfil mais técnico. Temos várias pessoas no MDB que ocupam postos importantes. Precisamos incentivar novas lideranças.”
Questionado sobre a histórica divisão no MDB entre grupos ligados a Iris e aos Vilela, o vereador diz que é filiado ao partido desde os 16 anos e nunca percebeu “qualquer contrariedade da parte dos dois”. “Agora, menos ainda”, diz.
Secretário de Planejamento Urbano e Habitação, Agenor Mariano diz que as lideranças de Iris e Maguito são incontestáveis, mas não impedem que uma nova geração possa conduzir o partido de forma ativa. “Não resta dúvida quanto à liderança do Daniel. Creio que ele, Gustavo e tantos outros prefeitos do MDB em Goiás estarão à frente. Temos também os deputados estaduais.” Agenor foi coordenador-geral da campanha de Maguito no ano passado.
Entre os emedebistas que também fazem parte dos auxiliares do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), está Pedro Chaves, que é titular da Secretaria de Mobilidade. Pedro foi deputado estadual e federal e é suplente de senador. Ele destaca que Gustavo é uma liderança jovem que está despontando, mas também lembra nomes consolidados como Humberto, em Jataí. “E Daniel já está pronto. A liderança dele é natural. Já demonstrou capacidade em 2018.”
Executivo
Prefeito reeleito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró era do PSDB e foi para o MDB em 2019 a convite do presidente estadual. Pábio conta que, diante da situação envolvendo Maguito, não tem participado de conversas partidárias, mas acredita que a legenda deve voltar a se reunir em breve. “Maguito construiu uma história dentro do Estado e precisamos defender esse legado e preparar liderança para disputar a próxima eleição ou decidir se vai formar aliança.” Daniel, Gustavo e Iris são citados pelo prefeitos como as maiores lideranças emedebistas em Goiás.
Para Gustavo, Daniel é o líder consolidado e Iris “tem que ser nosso orientador”. “Talvez o Iris, com tudo isso que aconteceu (morte de Maguito), vai se sensibilizar e estar próximo com da gente.” Já Humberto afirma que ainda é muito cedo para falar sobre política. “Digo apenas que vejo que Daniel e Gustavo irão seguir o legado de Maguito Vilela. Vão manter o diálogo com o governo estadual e com as demais siglas, sempre com conciliação.”