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MDB sinaliza candidatura própria ao governo em 2022
Em reunião da Executiva, lideranças reafirmam papel do partido como opositor ao governo de Ronaldo Caiado e a intenção de fortalecimento da sigla nas eleições do ano que vem
A primeira reunião do ano da Executiva do MDB em Goiás foi marcada pelo reforço de emedebistas para que o partido saia com candidatura própria para o governo do Estado em 2022. Deputados que participaram do encontro relatam, ainda, que a cúpula quer a sigla fortalecida em todas as disputas do próximo pleito e reforçaram a fala de Daniel Vilela ao POPULAR (leia abaixo), quando disse que o MDB segue sendo um partido de oposição.
O deputado estadual Paulo Cézar Martins (MDB) conta que a reunião teve o objetivo de repensar o partido. “Queremos candidatos a deputado estadual, federal, senador e governador, para podermos consagrar a eleição do ano que vem”, diz. O parlamentar afirma que as discussões sobre alianças ainda não estão exauridas, mas defende que a sigla tem força suficiente para bancar candidatura própria para o Executivo goiano.
Colega de Casa, Henrique Arantes (MDB) destaca que a sigla é uma das principais citadas quando se cogita a respeito da disputa para o governo do Estado em 2022. “Quando você pergunta para alguém quem são os principais candidatos a governador no ano que vem só se fala em Ronaldo Caiado (DEM) e Daniel Vilela (MDB) ou Gustavo Mendanha (MDB). Então o partido é lembrado e temos que aproveitar para agregar mais pessoas.”
Para Martins, o nome do partido para pleitear o cargo de governador segue sendo o do presidente regional do MDB, Daniel Vilela. “Hoje ele é o nosso líder. A perda do pai (Maguito Vilela), é lógico, dá uma dificuldade, porque ele ainda está sentindo. Por isso, nós temos que dar um tempo. Mas, com toda certeza, o Daniel vai ter condições de superar isso, porque eu acredito que o Maguito está esperando que ele faça a sequência de seu legado em Goiás.”
Fortalecimento
Ambos os parlamentares destacaram que o foco da reunião foi o fortalecimento do MDB. Martins, que publicou uma carta na semana passada cobrando redirecionamento do partido diante da aposentadoria de Iris Rezende (MDB) e da perda de Maguito, disse que era essa sua intenção, de mover os correligionários para ganharem gás para 2022. “Chamando a atenção para que os companheiros possam voltar ativamente, para mostrar que temos uma militância e que precisamos erguer nossa bandeira”.
A carta do deputado chegou a ser vista como uma tentativa de ser presidente do partido em Goiás. Ele, por outro lado, defere elogios a Daniel. “Estamos hoje sob uma liderança que está com tranquilidade para ser candidato a governador de Goiás”. Paulo também afirma que a sigla não quer repetir a divisão de 2018, quando parte dos emedebistas decidiu apoiar Caiado em detrimento da candidatura de Daniel para o governo.
“Em 2018 houve insatisfação, erros tanto nossos como deles. Mas o partido precisa discutir, o MDB tem uma história e, agora, o papel de ter candidatos para todas as lideranças”, diz. Para Martins, mesmo com a morte de Maguito, a sigla sai fortalecida da eleição de 2020, pela vitória eleitoral na capital. “Por isso a militância do MDB está acesa e quer fazer candidatura própria.”
Oposição
Tanto Martins como Arantes repetiram a fala de Daniel de que o MDB é um partido de oposição. “O governador foi ao velório do Maguito, com todo respeito. Caiado teve essa consideração de governo, mas isso não significa que estamos caminhando para aliança. Precisamos definir com o diretório”, frisou Paulo Cézar Martins.
Arantes ainda disse que, embora um ou outro deputado se coloque na base do governador na Assembleia Legislativa de Goiás, oficialmente o MDB é um partido de oposição. Questionado sobre a postura de Bruno Peixoto (MDB), que é líder de Caiado na Casa, Martins disse que a saída do colega do partido já é quase certa. “Eu acredito que ele não vai ficar mais no MDB, não há clima para isso, nem em reunião ele vai, não participa.”