Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (11), a titular da 87ª Promotoria de Justiça de Goiânia, Marlene Nunes Freitas Bueno, anunciou que o Ministério Público de Goiás (MP-GO) começará nesta sexta-feira (12) a ouvir os envolvidos no caso da falha durante aplicação de vacina, em Goiânia.

O fato, ocorrido na última quarta-feira (10), viralizou nas redes sociais e o MP instaurou um procedimento para investigação. Em vídeo, a filha de uma idosa de 88 anos mostra quando a profissional de saúde coloca a seringa na senhora, mas não injeta o líquido do imunizante. Segundo Marlene, ainda na tarde da última quarta, a profissional foi afastada da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

A titular da 87ª Promotoria fala que o MP ouvirá todas as pessoas que tiveram envolvimento com a vacinação, realizada no posto da Area I da PUC-Goiás. Ela cita que vão prestar depoimento a filha, a idosa, a profissional de saúde, a coordenadora do local de vacinação e a Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, será feita uma perícia nas imagens registradas.

Segundo Marlene Nunes, a expectativa é que até o fim desta sexta-feira, todos os depoimentos sejam colhidos e a investigação aprofundada com base nos elementos obtidos. A promotora reforça que a perícia das imagens passará por profissionais da área da saúde para descrever a conduta. “É uma situação que chama atenção e a gente vê com preocupação”, ressalta.

A promotora completa que é o primeiro caso desse tipo registrado na capital goiana e será feita uma inspeção para investigar todo o fluxo do imunizante, da unidade de origem até a aplicação. Caso necessário, esse processo sofrerá alterações para garantir a segurança e implementação de um procedimento com padrão rigoroso.

“Estamos articulando providências para garantir que situações assim não se repitam, não podemos afirmar o que houve, dependemos de uma série de respostas de perguntas que estão no ar”, afirmou a promotora.

Entre a série de perguntas que Marlene menciona, um dos grandes questionamentos é como apurar se a atitude foi ou não criminosa. Segundo o mencionado na coletiva, será investigado o objetivo da aplicação falsa, se foi de má-fé ou um ato de desatenção. Para isso, será observado também o número de profissionais em cada localidade, para verificar se não existem servidores trabalhando sob estresse, ou cansados. “Há necessidade que o profissional esteja dentro de sua capacidade física porque isso pode interferir no resultado da aplicação”, finaliza.

Registro

A promotora Marlene Nunes afirmou na coletiva que não há impedimento para o registro de quem recebe a vacina, diante do contexto atual de ansiedade pelo imunizante. “Nesse momento, eu entendo que é importante sim filmar, checar, acompanhar para que as pessoas fiquem mais tranquilas. Por isso, eu afirmei que precisa de um procedimento padrão rigoroso, o MP vai checar e ver se pode melhorar e vai sugerir imediatamente”, afirma.