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Hospitais privados em Goiânia ameaçam deixar de atender pelo Imas
Instituto que presta assistência a servidores da Prefeitura de Goiânia estabeleceu cotas
O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Goiânia (Sindigoiânia) quer que as mudanças no sistema de cotas do Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social (Imas) sejam revistas de imediato. O protesto é contra a redução do repasse aos hospitais privados. Para a entidade, a medida coloca o servidor em risco durante momento delicado na saúde, lembrando da pandemia de Covid-19.
A reação ocorre após a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) anunciar a suspensão gradual do atendimento aos cerca de 80 mil usuários do Imas desde esta quinta-feira (11). Segundo a Ahpaceg, que representa 28 hospitais na capital, as instituições estariam “sendo obrigadas” a realizar o corte “devido a recentes decisões” do Imas. A entidade diz que agendou uma reunião com o presidente do instituto, Adriano Valotto, para esta sexta-feira (12), quando a questão deve ser debatida entre eles.
Segundo a Ahpaceg, a limitação pelo Imas do número de pacientes que podem ser atendidos e o corte de pagamento quando as cotas estabelecidas são extrapoladas “colocam em sério risco o equilíbrio financeiro das instituições de saúde, inviabilizando a continuidade da assistência a quem depende do instituto”.
Um dos exemplos dados pela Ahpaceg é o Instituto Panamericano da Visão. Na unidade, a média mensal é de 650 atendimentos pela demanda. Pela cota anterior, eram previstas 546 guias. Com a atualização, a cota atual caiu para 366 atendimentos, déficit de 284 guias.
Ao todo são 14 hospitais que atendem pelo instituto municipal e que podem realizar corte, sendo eles: CDI; Cebrom; Clínica da Imagem; Clínica São Camilo; Clínica São Marcelo; CRD Medicina Diagnóstica; Hemolabor; Hospital Infantil de Campinas; Hospital Ortopédico de Goiânia; Hospital Premium; Hospital Santa Bárbara; Hospital Santa Mônica; Hospital da Visão e o Instituto Panamericano da Visão.
Ao POPULAR, o presidente do Sindigoiânia, Ronaldo Gonzaga, afirma que vai pressionar pela mudança de posição do Imas. “Receber uma notícia dessas é preocupante em momento de pandemia. Caso o diálogo não seja aberto, não descartamos representação no Ministério Público”, considera.
Em nota, o Imas afirma que não foi informado oficialmente de nenhuma decisão por parte da Ahpaceg. “O instituto lembra, ainda, que está aberto ao diálogo com todos os prestadores de serviços (sendo sindicatos, associações, cooperativas, pessoas jurídicas e físicas em geral), com o objetivo de resolver as demandas existentes entre órgão, beneficiário e prestadores”, diz. (Luiz Phillipe Araújo é estagiário do convênio GJC/UFG)