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Em nota, Marconi e José Eliton criticam privatização da Celg GT
Ex-governadores condenaram a venda da empresa, que está sendo preparada pelo governo Caiado; Celg D foi desestatizada no governo tucano
Os ex-governadores Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton (PSDB) assinaram nota criticando o governo de Ronaldo Caiado (DEM) em relação à privatização da Celg GT. Nesta semana, a assembleia de acionistas da empresa se reuniu e deu sinal verde para o processo de desestatização. Os tucanos, em cujas administrações a Celg D foi vendida à Enel, atacaram a ação do governo atual. “É a dilapidação do patrimônio público por um governo inepto que não tem realizações em Goiás, que usurpa obras feitas ou iniciadas por outros governos.”
O texto assinado por eles começa acusando o atual governo de provocar rombo nas contas públicas, devido à suspensão do pagamento da dívida com a União – autorizada pelo ministro do STF Gilmar Mendes. Também criticam a utilização de recursos de depósitos judiciais para custeio da previdência social e pagamento de precatórios – medida que foi aprovada na Assembleia Legislativa de Goiás. “Aumentando o estoque da dívida do Estado em aproximadamente R$ 6 bilhões”, escrevem.
Para os ex-governadores, tais medidas inverteram a curva da relação dívida versus Receita Corrente Líquida (RCL). “Que em 1999, em nosso primeiro governo, era de 3,6 e em 2018 fechou o ano em 0,92, menor patamar dos últimos 50 anos”. Os tucanos acusam o atual governo de ser “aquele que mais endividou o Estado em apenas dois anos”. “Com o agravante de que todo o recurso captado pelo aumento do endividamento do tesouro foi destinado a custeio da máquina pública, sem qualquer contrapartida de investimentos.”
Celg D
Os ex-governadores criticam também a privatização da Celg GT, embora a Celg D tenha sido vendida para a Enel durante a gestão de Marconi. Inclusive, na época, Caiado, que era senador, foi um dos principais críticos da venda. Agora os papéis parecem invertidos.
“A Celg GT tem um patrimônio líquido de R$ 931,4 milhões, segundo o balanço publicado pela Estatal. Em 2018 teve um lucro líquido de R$ 58,5 milhões. A empresa tem um endividamento baixíssimo, aproximadamente 80 milhões sendo basicamente formado de financiamentos para a realização de investimentos”, escrevem.
Marconi e Eliton ainda afirmam que pagaram mais de R$ 40 bilhões de amortização, serviços e encargos da dívida com a União durante suas gestões. Eles também reivindicam que pagavam a folha dos servidores dentro do mês. “Somente de 2016 até 2018, pagamos, parte antes do dia 30 de cada mês e parte na data legal de pagamento salarial. Impõe destacar que parte da folha de dezembro/2018 foi paga em dezembro e a parte remanescente deveria ser paga até o 5º dia útil do mês de janeiro.”
Os tucanos acusam, ainda, que o atraso do pagamento da folha de dezembro de 2018 foi uma opção da administração caiadista. Na época, ainda no início da gestão do atual governador, a sua equipe econômica argumentou que o ex-governador José Eliton não deixou o valor para o pagamento da folha empenhado.
Na nota, os ex-governadores também afirmam que o governo atual divulga números falsos sobre as gestões passadas. “As contas públicas fecharam 2018 com um déficit de R$ 1,341 bilhão, longe dos números fake propalado pelo governo atual”.
A reportagem entrou em contato com o governo do Estado, que disse que iria responder à nota dos tucanos, rebatendo os números apresentados por eles. Entretanto, a resposta não foi enviada até o fechamento desta edição, às 22h35 de sexta (12).