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Mapa de calor da Covid-19 indica melhora em 3 regiões de Goiás
Anápolis e Pirenópolis deixam a situação de calamidade. Secretário de Saúde vê melhora em indicadores no Estado, mesmo com aumento verificado na taxa de contágio
Pela primeira vez desde que foi lançado com a fórmula atual, no dia 27 de fevereiro, o mapa de calor com o índice de risco da Covid-19 em Goiás mostra uma região com um grande município fora da faixa vermelha, a mais grave. A região Pirineus, onde está Anápolis, Pirenópolis e outras oito cidades, aparece na faixa laranja, uma posição intermediária, em que a situação ainda merece alerta, mas não tanto quanto se estivesse no vermelho, como outras 15 regiões do Estado.
Quando foi lançado o mapa, a intenção do governo estadual era que os municípios adotassem medidas que poderiam chegar ao fechamento das atividades comerciais e de serviços não-essenciais enquanto estivesse no vermelho, mas desde então já foram adotados outros modelos. O mais recente, que libera estas atividades com restrições de horários, já é o terceiro do Estado. Atualmente, o mapa de calor serve como um parâmetro para se saber como está o avanço da epidemia em Goiás.
Além da Pirineus, que abrange 528 mil habitantes, as outras duas regiões que estão em laranja são a Norte e a Rio Vermelho. A primeira envolve Porangatu e mais 12 cidades e um total de 138 mil habitantes, enquanto a segunda abrange Goiás, Itaberaí e mais 15 cidades e 199,7 mil habitantes. A Norte está nesta faixa pela segunda semana seguida.
A região Serra da Mesa, na qual entra Uruaçu, Niquelândia e mais 7 cidades e um total de 129,9 mil habitantes, voltou a estar na faixa vermelha após uma semana na laranja. Nesta região houve uma piora na taxa de contágio e na de ocupação de UTI para Covid-19 na rede estadual.
O titular da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, diz que outras regiões poderiam ter deixado a cor vermelha nesta semana se não fossem dois indicadores que seguem altos. O mapa é composto por seis tópicos que avaliam desde a situação de contágio como de demanda por internação. De acordo com o secretário, ainda seguem elevadas a taxa de ocupação de leitos de UTI na rede estadual e a de incidência de casos por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG). “Tem outros indicadores que já baixaram e estão em tendência de queda. É um movimento esperado. Na próxima semana, outras regiões devem entrar no critério de crítico (laranja)”, comentou.
Levantamento mostra que a taxa de ocupação de leitos da rede estadual segue acima de 90% em 14 das 18 regiões, sendo que em 12 a situação é praticamente estável. Em uma houve uma piora significativa, passando de 76% para 92% – a Estrada de Ferro, onde ficam Catalão, Caldas Novas e mais 16 cidades, totalizando 319 mil habitantes.
Em apenas duas regiões, a taxa está com um porcentual considerado controlável, a Norte (75%) e a Rio Vermelho (69%). A Pirineus apresenta uma taxa alta (95%), mas baixa no indicador que mede a ocupação das UTIs em geral (84%).
Já o indicador que mede a incidência de SRAG melhorou em 11 das 18 regiões, mas apenas uma não está na situação de calamidade. Este tópico é incluído na conta porque muitas vezes há casos de pessoas contaminadas pelo coronavírus que apresentam os sintomas, mas não são testadas ou o resultado demora para sair ou sai inconclusivo. Como estamos vivendo uma epidemia em um momento em que outras doenças respiratórias são comuns, com circulação de outros vírus (H1N1 e influenza), o SRAG alto desperta atenção das autoridades.
Já a taxa de contágio voltou a aumentar em 12 regiões, situação oposta à da semana passada, quando foi registrada redução em 17 regiões. O número de regiões em que o índice apontava uma epidemia em retração caiu de 4 para 3 e a Central, onde está Goiânia e mais 24 cidades, num total de 1,9 milhão de pessoas, voltou a apresentar uma taxa acima de 1, que indica que a epidemia avança.
A Central ainda sofre com outro fator, que pode atrasar sua passagem para a faixa laranja, segundo o secretário. Isso porque como é a região mais populosa, com maior estrutura, onde está a capital, é natural que pessoas de outras regiões acabem se deslocando para ela atrás de internação hospitalar. O índice geral, que é a soma dos 6 indicadores, por exemplo, voltou a piorar após 3 semanas de queda.
O titular da SES-GO diz que apesar dos números a taxa de contágio segue uma tendência de queda e que o aumento verificado foi uma “movimentação muito tênue”, que não é “significativo, não chama a atenção”. “A tendência é de queda, pontualmente pode estar um pouco maior do que 4, 5 dias atrás.”
Questionado, Alexandrino admite que esse aumento pode ser um reflexo do período de 14 dias de abertura das atividades não-essenciais previsto no modelo de revezamento adotado pelo governo estadual em meados de março. “Mas não dá para bater o martelo.” Ele explica que como o contexto geral é mais controlado, com uma abertura com restrições, a taxa de contágio não deve sair do controle. “Mais pessoas contaminando num contexto controlado não é suficiente para degringolar a pandemia”, disse.