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Mendanha pode desistir de disputar o governo até 4 de abril de 2022?
Tucanos temem não apresentar um candidato, esperando o prefeito de Aparecida e, na hora agá, ele sair do páreo
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB, mas de saída), fica mais tempo nos municípios do interior de Goiás, numa espécie de campanha extemporânea para governador (de algum modo, já está deixando a prefeitura; ele está se tornando um gestor virtual). Apesar disso, alguns de seus aliados, principalmente os tucanos — nada expressam publicamente, mas conversam a respeito nos bastidores —, receiam que a “candidatura” do jovem político termine no dia 4 de abril de 2022.
No dia 4 de abril, Mendanha, se for candidato, terá de desincompatibilizar-se. O que se teme? Que o prefeito fique na mídia até lá, travando outras possíveis candidaturas, mas, na hora agá, desista da postulação. Sugestão de um tucano: “O ideal é que antecipasse sua saída da prefeitura para provar que será mesmo candidato”. Porém, sem a estrutura da prefeitura, como bancará a pré-campanha? As viagens para o interior, por exemplo, têm custo e não são baratas — dada a estrutura do prefeito.
Por que Mendanha desistiria? Postula-se, entre secretários, aliados e tucanos, que não será fácil tomar a decisão de deixar a segunda maior prefeitura de Goiás — com uma arrecadação fabulosa, com quase meio bilhão para investir — e aventurar-se por uma disputa eleitoral difícil contra um governador, Ronaldo Caiado, que está bem avaliado. Pesquisas encomendadas pelo prefeito, além de outras, sugerem que não há, no momento, um “sentimento de mudança” entre os eleitores. Se chegar em abril de 2022 com índices considerados baixos (em Valparaíso uma pesquisa recente mostra Ronaldo Caiado com 60%, Marconi Perillo com 8% e Mendanha com 2%.Claro, ele ainda não é conhecido no Entorno de Brasília, mas esta é a realidade, a um ano e um mês das eleições, na maioria dos municípios), certamente que há a possibilidade de Mendanha repensar sua trajetória política e permanecer na prefeitura.
Na verdade, Mendanha quer disputar e se comporta não como pré-candidato, e sim como candidato. Portanto, sua vontade de disputar o governo é crível. O receio dos tucanos é que, ante o que já tem nas mãos e o que está voando, fique com aquilo que o realismo ensina que pode ser mais adequado — o poder municipal. Um aliado do prefeito frisa que Mendanha não confia no vice: “Eles restabeleceram relações, o vice indicou secretário [Veter Martins, do Planejamento e Regulação Urbana], mas ficou uma aresta [o grupo de Mendanha o tratava como político fisiológico]. No dia 5, se assumir o comando da prefeitura, Vilmarzinho Mariano tira o time de Gustavo de campo e escala o seu. É a lei da política: quem sai perde o assento.”
Como ficarão o PSDB e Perillo se, quando chegar abril de 2022, Mendanha anunciar que não será mais candidato? Aí o perillismo terá apenas dois caminhos a seguir. Primeiro, apoiar Jânio Darrot — que não estaria com disposição — para o governo. Segundo, bancar Perillo para governador.
Os tucanos sabem, porém, que, sem Mendanha, disputarão para fazer figuração. Por isso insistem em trabalhar o nome do prefeito de Aparecida.