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Resolver insatisfação com Daniel pode reeleger Caiado mais fácil

Resolver insatisfação com Daniel pode reeleger Caiado mais fácil

access_time 3 anos ago

Setores da base governista com resistência ao emedebista têm influência em cidades importantes do estado | Foto: reprodução

Se o governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil) resolver as insatisfações da base governista com o fato de o presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, ser o candidato a vice, ele pode ter menos dificuldades para garantir sua reeleição.

Isso porque os principais nomes que expressaram descontentamento são influentes em municípios com relevância eleitoral. Tê-los ao seu lado, portanto, tende a facilitar o caminho de Caiado no pleito de 2022.

O caso mais recente de embate é o de Anápolis, onde o prefeito da cidade, Roberto Naves (Progressistas), conta com o MDB local na oposição à sua gestão e passou a ter Daniel como alvo nos últimos dias.

A situação em Anápolis, o terceiro maior colégio eleitoral de Goiás e o primeiro entre aqueles que fazem parte da base governista, também tem reflexos na corrida pela vaga de senador na chapa de Caiado, já que o presidente estadual do Progressistas, Alexandre Baldy, luta para viabilizar seu nome.

Conhecido pela força do agronegócio, Rio Verde, o quinto maior município do estado em número de eleitores, é o reduto do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (de saída do PSB), mais um decepcionado com a aliança entre Caiado e Daniel.

Lissauer, vale lembrar, foi cotado como possível candidato a vice. Agora, está focado na disputa para deputado federal. Perto de se filiar ao PSD, que quer bancar Henrique Meirelles na vaga de senador, ele garante que estará ao lado de Caiado, mas diz não querer relacionamento com Daniel.

Outro nome do PSD que não esconde de ninguém a sua insatisfação é o senador Vanderlan Cardoso, que vê a presença de Daniel na base governista como uma eventual ameaça ao seu objetivo de ser candidato a governador em 2026 com apoio de Caiado.

Até por isso, os bastidores especularam que Vanderlan pode concorrer ao Palácio das Esmeraldas já no ano que vem. Com força especialmente em Senador Canedo, o 11º maior colégio eleitoral goiano, ele, por enquanto, nega a possibilidade.

O próximo município em número de eleitores é Catalão. E o prefeito da cidade, Adib Elias (Podemos), também não quer ouvir falar no nome do presidente estadual do MDB, após ter sido expulso do partido justamente por apoiar Caiado nas últimas eleições, quando Daniel disputou contra o atual governador.

Há, ainda, o caso do presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Renato de Castro. Ex-prefeito de Goianésia, o 17º maior colégio eleitoral do estado, ele estava filiado ao MDB em 2020 e, embora Daniel o tenha impedido de tentar a reeleição por ser caiadista, conseguiu fazer o seu sucessor, Leozão do Renatão.

Por sua vez, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), não é da base caiadista, mas gostaria de apoiar o governador. Ele depende dos interesses de seu partido, que tem estrutura política, religiosa e de comunicação. Porém, o fato de ter rompido com Daniel em abril, mesmo que não seja determinante, atrapalha mais do que ajuda a aproximação.

Alguns desses nomes citados, como Vanderlan Cardoso e Renato de Castro, chegaram a sugerir Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende, morto recentemente e o principal fiador de Daniel na vice de Caiado, como substituta do emedebista, cenário já descartado por ela e pelo governador.

Caiado, dessa forma, não dá indícios de que voltará atrás. Se as insatisfações permanecerem, ele corre o risco de ter seu vice como persona non grata nos palanques de algumas cidades importantes. Caso consiga apaziguar a base, o que possível devido à sua habilidade política, a reeleição fica mais perto.

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