Notícias
Bolsonaro diz que Brasil vai conceder visto humanitário a ucranianos
Presidente reafirmou neutralidade em relação ao conflito com a Rússia e disse não ter nada a conversar com o chefe do Executivo da Ucrânia, Volodimir Zelensky
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (28) que o Brasil irá conceder visto humanitário a cidadãos ucranianos, mas reafirmou neutralidade em relação ao conflito com a Rússia e disse não ter nada a conversar com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky.
“Conversei há pouco com o [ministro das Relações Exteriores] Carlos França. Ele falou que já ia tomar as providências, apesar de ser um feriado – para nós não tem feriado, a gente está o tempo todo em atividade”, disse Bolsonaro em entrevista a Jovem Pan, que tem um histórico de relação amistosa e de defesa do presidente e do governo.
“Vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem para o Brasil através de um visto humanitário. É a maneira mais fácil de vir para cá”, afirmou, comparando à ação que o governo tomou ano passado com afegãos que fugiram do Talibã. Segundo o presidente, a medida será publicada por meio de uma portaria interministerial.
Rússia ameaça retaliar
Em declaração publicada nesta segunda-feira (28), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia ameaçou retaliar países europeus que enviarem armas, equipamentos militares e combustíveis para as Forças Armadas da Ucrânia, como forma de auxiliar na resistência à invasão ordenada por Vladimir Putin.
Segundo a rede de TV americana CNN, a chancelaria russa afirma que cidadãos e organizações da União Europeia “não podem deixar de compreender o nível de perigo” de fornecer esse tipo de auxílio aos ucranianos.
“Cidadãos e organizações da União Europeia envolvidas em fornecer armas letais, combustíveis e lubrificantes para as Forças Armadas da Ucrânia serão responsáveis por todas as consequências de suas ações no contexto da operação militar especial em curso. Eles não podem deixar de compreender o nível de perigo das consequências”, alertou o documento.
Países europeus anunciaram o envio de armamento e outros recursos para a Ucrânia em resposta à invasão russa. Ontem, o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, anunciou o envio de caças para a Força Aérea ucraniana.
Maior economia do continente, a Alemanha anunciou o envio de mil armas antitanque, 500 mísseis e 400 RPGs – granadas impulsionadas por foguete- para ajudar as forças ucranianas. Já a República Checa enviará metralhadoras, rifles de precisão e pistolas para os militares ucranianos. A Noruega, por sua vez, ofereceu 2 mil armas antitanque, além de equipamentos como capacetes e coletes à prova de balas.
A Suíça, que tem tradição política de neutralidade, adotará as sanções impostas pela União Europeia contra russos envolvidos na invasão da Ucrânia. Entre as retaliações estão sanções financeiras contra o presidente Vladimir Putin, o primeiro-ministro Mikhail Mishustin e o ministro das Relações Exteriores do país, Serguei Lavrov.
A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, disse nesta segunda-feira (28) que enviará armas e munições para a Ucrânia. O carregamento inclui 2.500 fuzis de assalto, 150 mil balas, 1.500 armas antitanque e 70 mil pacotes de alimentos, acrescentou Antti Kaikkonen, ministro da Defesa.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a liberação de US$ 350 milhões em armamento para a Ucrânia.