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Sob pressão da base, governo de Goiás mantém titular da Goinfra

Sob pressão da base, governo de Goiás mantém titular da Goinfra

access_time 3 anos ago

Aliados do governador barraram a saída de Pedro Sales do comando da agência, que passaria para nome indicado pelo prefeito de Catalão, Adib Elias

A primeira sessão do ano na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) foi marcada não só pela realização na nova sede, mas também por uma pressão da base ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que pretendia tirar Pedro Sales do comando da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), para nomear um indicado do prefeito de Catalão, Adib Elias (sem partido). Os parlamentares discursaram contra a mudança e entregaram um manifesto ao governador, que acabou recuando.

A especulação era de que seria nomeado Luis Severo Braga Gomide, atual secretário de Transportes e Infraestrutura de Catalão, para o lugar de Pedro Sales. O atual auxiliar de Caiado, que hoje acumula o comando da Goinfra e da Agência Goiana de Habitação (Agehab), ficaria apenas com a última.

Pedro Sales chegou a enviar mensagem aos deputados estaduais na tarde desta quinta-feira (3), informando a saída e agradecendo o apoio dos parlamentares, o que gerou as reações na primeira sessão do ano.

Quem puxou o coro foi o deputado Thiago Albernaz (Solidariedade). “Quero deixar minha posição contrária para que a gente não permita, enquanto parlamento, essa alteração para um conjunto de apoios, do Sul do estado”. Tião Caroço (União Brasil) acrescentou: “O governo cometeu um erro irreparável de tirar o Pedro Sales da Goinfra. E quero dizer para vocês, deputados que vão disputar votos pela base, 30% estão derrotados”, disse na tribuna da Assembleia.

A questão que incomodou os deputados estaduais é que Adib apoia as candidaturas a deputado estadual de Leovil Jr (União Brasil) e à reeleição do deputado federal José Nelto (Podemos).

Vários outros parlamentares subiram à tribuna para defender a permanência de Pedro Sales. Além disso, o líder do governo na Casa, Bruno Peixoto (MDB), coletou assinaturas para um manifesto dos parlamentares defendendo a permanência do auxiliar.

“Causou um alvoroço, porque é inadmissível um prefeito, que tem um candidato a deputado estadual e um candidato a deputado federal, inserir um presidente no momento em que várias obras já estão acontecendo por todo o estado. Não pode esse presidente ser ligado a apenas um prefeito”, disse o líder do governo.
O recuo de Caiado foi imediato. Conforme o apurado, o governador comentou sobre a permanência de Pedro durante reunião com auxiliares na noite desta quinta (3), após o término da primeira sessão da Assembleia em 2022.

Adib negou que tenha feito indicação e disse que a saída de Pedro Sales era surpresa. “Catalão não está atrás de cargo. Eu não recebi convite nem fiz indicação”, afirmou. Sobre as queixas de parlamentares, o prefeito falou que não responde. “Das tentativas de entrar nas bases de Catalão ninguém fala, né? Eu não vou comentar reclamação de deputado.”

Rixa

Além disso, durante a sessão foi reacesa a rixa entre os deputados Major Araújo (sem partido) e Amauri Ribeiro (Patriota). O primeiro disse que representou o segundo na Comissão de Ética, a pedido de um grupo de Piracanjuba, com quem o parlamentar do Patriota teria tido brigas. Em resposta, Amauri disse que não levava a sério representação feita por Araújo.

Os dois se enfrentaram no ano passado em meio à discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), aprovada na época, que mudou a distribuição de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em meio a ofensas pessoais, os deputados precisaram ser contidos por seguranças.

Também durante a sessão foi lida a indicação do deputado Humberto Aidar (MDB) para o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) (leia nesta página). O deputado Dr. Antônio (União Brasil) vai assumir o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no lugar do emedebista, por ser vice-presidente do colegiado.

Projetos

Durante a sessão plenária, Aidar pediu a convocação extraordinária da CCJ e da Comissão Mista. Projetos do Executivo estavam na pauta da Mista, mas acabou que todos receberam pedidos de vistas por deputados da oposição.

Uma das matérias era a proposta da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Goiás, que cria 135 novos cargos no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Havia ainda 10 matérias da governadoria. Entre elas, a aquisição do terreno onde será construído um complexo hospitalar oncológico, localizado na BR-153.

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