Notícias
“Sem outra proposta, a alternativa é a greve”, diz Sintego sobre crise da educação em Goiânia
Presidente do sindicato, Bia de Lima, afirma esperar nova rodada de negociação de reajuste com a prefeitura antes da quinta-feira (10), quando ocorre a assembleia da categoria; Paço relata que nova proposta está em estudo
Ainda sem uma nova proposta da prefeitura de Goiânia sobre a atualização do piso salarial dos professores e da data-base dos servidores administrativos, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, diz que não restará alternativa à categoria a não ser aprovar o indicativo de greve na próxima quinta-feira (10), quando ocorrerá assembleia dos servidores.
A última proposta do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), de conceder 7,5% de reajuste no piso dos professores e 9,3% para os administrativos, foi rejeitada pela categoria na assembleia convocada pelo Sintego na sexta-feira (4). Desde então, segundo Bia, a prefeitura segue em “silêncio mortal.”
“Espero que as negociações possam fluir mais do que foram até aqui. Cobramos celeridade do Paço. Se não tivermos (outra proposta) até a assembleia (na quinta), não nos restará outra alternativa a não ser aprovar o indicativo de greve. Greve na educação se sabe quando começa, mas não quando ou como termina. Seria importante que a administração entendesse isso”, relata.
A presidente ressalta, porém, que o Sintego “está buscando as negociações junto ao prefeito e ao secretário (Wellington Bessa) a tentativa de conquistar o piso e a data-base, sem ter que levar a categoria à paralisação.” “Depois de dois anos de pandemia, tudo o que queremos é dignidade para trabalhar. Porém, se o prefeito não entender que o piso é lei, buscaremos os caminhos conhecidos.”
Na quinta-feira também ocorrerá a assembleia do Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed) com o mesmo objetivo de votar um indicativo de greve. O Simsed realizou assembleia dos servidores na manhã desta terça-feira (8) indicando que poderia votar a greve, mas os servidores acabaram decidindo convocar uma nova deliberação para a quinta.
Questionada se existe previsão de nova rodada de negociação com os trabalhadores da educação, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou à reportagem que uma nova proposta está em estudo e assim que for analisada pela Sefin (Secretaria de Finanças) será informada para o Sintego.”
Como já mostrou, o Paço não reconhece o Simsed como representante legal da categoria pelo fato de a instituição não possuir carta sindical — funciona como uma associação, apesar do nome. Na segunda-feira (7), o coordenador-geral da organização, Antônio Gonçalves, disse que tem tentado contato com a prefeitura para negociar, mas que não recebeu resposta.
Gonçalves também questionou a legitimidade do Sintego em atuar em Goiânia. Segundo ele, o sindicato possui territorialidade apenas no Estado e não no município. Bia de Lima nega. “O Sintego representa todos os trabalhadores de educação de Goiânia. Tem carta sindical que nos confere esse direito legítimo, além de 33 anos de luta e conquista.”