Estudante de Catalão descobre asteroide durante programa em parceria com a Nasa

Mariana Milena, de 18 anos, contou que analisou imagens de telescópios do Havaí e incentivou meninas e mulheres a entrarem para a ciência

A estudante Mariana Milena, de apenas 18 anos, impressionou a muitos com sua descoberta que vai muito além do que os olhos enxergam. Em fevereiro deste ano, ela detectou um asteroide em um programa realizado em parceria com a Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica dos Estados Unidos (Nasa).

A moradora de Catalão encontrou o asteroide durante um programa desempenhado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) em parceria com a Nasa e com o International Astronomical Search Collaboration (IASC). A detecção foi registrada no site do projeto no dia 26 de fevereiro deste ano.

Mariana explicou ao POPULAR que achou o objeto astronômico após receber um pacote de imagens de um telescópio do Havaí e assim utilizou um software chamado astrometrica para transformar essas respectivas fotos em um vídeo. Deste modo foi possível procurar os asteroides que são pontinhos minúsculos. “Eu tive que prestar muita atenção em cada pixel da imagem e o mais legal é que eu pude contribuir para a ciência da minha casa apenas com o meu computador”, contou.

O corpo celeste encontrado por Mariana ganhou o nome de “MMS003”, as próprias iniciais do nome dela. Porém, a jovem pretende renomeá-lo em homenagem a sua mãe, Walkiria Prado, sua grande incentivadora e exemplo.

“A ciência sempre fez parte da minha vida pela minha mãe ser formada em biologia e dar aula de ciências. Eu só cheguei onde cheguei hoje porque fui criada nos corredores das escolas que ela trabalhava e até assistia várias das aulas. Uma das minhas maiores recordações são os livros que mostravam o sistema solar, sempre fui apaixonada”, descreveu a estudante.

Mulheres na ciência

Mariana contou ao POPULAR que sua paixão por astronomia ficou ainda maior quando teve a oportunidade de participar do AstroMinas, um curso da Universidade de São Paulo (USP) que incentiva e dá visibilidade a mulheres e meninas que pretendem estudar sobre o tema.

“Durante todo o curso eu parecia uma criança de tão feliz. Foi ali que eu percebi que amava a astronomia, ainda mais durante um curso que dava toda uma visibilidade a cientistas mulheres importantes para a nossa sociedade. É muito importante incentivar meninas a participarem de programas como esse”, explicou.

“Mostrar personagens femininas dentro dos livros didáticos é muito importante, isso engaja todas as meninas. É muito legal conseguir falar e estudar sobre Marie Curie, Ada Lovelace, Rosalind Franklin, entre várias outras”, engajou a aluna.

Pensando no futuro

Com o ensino médio finalizado, Mariana contou que no próximo dia 4 de maio iniciará o curso de engenharia mecatrônica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

“Eu escolhi estudar engenharia mecatrônica, pois também amo tecnologia. Para falar a verdade eu aprendi a amar tecnologia antes mesmo da astronomia. Estou muito animada para começar o meu curso de graduação pois quero juntar minhas duas paixões e utilizá-las para aproximar o ser humano da ciência”, disse a jovem.

Victoria Lacerda é estagiária de jornalismo do convênio GJC/PUC-GO.

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