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Sem mais recursos: Processo contra padre Robson é arquivado definitivamente pelo STJ
Religioso foi acusado pelo Ministério Público de Goiás por supostos desvios de recursos doados por fiéis
Por: Nielton Soares dos Santos
Padre Robson de Oliveira não responde mais a processo por supostos desvios de recursos doados por fiéis. Uma ação ajuizada pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) transitou em julgado e foi arquivada definitivamente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta segunda-feira, 18.
Em contrapartida, o MP-GO informou que já ingressou com mandado de segurança na Corte Especial, questionando a decisão da Sexta Turma em não admitir o recurso proposto pelo órgão goiano. De acordo com a promotoria, apesar da conclusão do processo originário, ainda fica pendente mais essa ação para julgamento.
Porém, o advogado do padre Robson, Cleber Lopes, salienta que a decisão do STJ confirma o que concluiu anteriormente o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), de que não houve crime algum do religioso quando presidiu a Afipe. Acerca da sentença da Corte Supeior, a defesa esclareceu que o MP-GO não recorreu dentro do prazo e que houve o trânsito do processo em julgado, agora, não tendo mais mais recurso.
Então reitor e presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), o religioso foi apontado como principal mentor de um suposto esquema de desvios de dinheiro nas instituições religiosas ligadas à Igreja Católica de Trindade, como de recursos doados para a construção de um novo Santuário do Divino Pai Eterno.
Operação Vendilhões
Padre Robson foi alvo de uma intensa operação policial, chamada de Vendilhões, e denunciado pelo MP-GO por apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro doado por fiéis. Em 2020, o TJ-GO chegou a determinar que investigações contra o religioso fossem interrompidas. Na ocasião, os desembargadores, como Olindo Menezes, consideraram que as provas coletadas haviam sido compartilhadas de maneira ilegal de outra apuração. Houve recurso no STJ, que em maio do ano passado, manteve bloqueada a investigação.
As investigações do MP-GO contra o ex-reitor da Basílica do Divino Pai Eterno tiveram início em 2018, quando foi investigado uma série de denúncias de extorsões feitas por hackers contra o padre Robson. Naquele período, segundo os promotores, foram desviados da Afipe para pagar aos criminosos cerca de R$ 2,9 milhões, em troca do arquivamento das mídias.
A partir daí, houve suspeitas de que o religioso teria gasto mais de R$ 100 milhões para adquirir casas, fazendas e até um avião. Diante desses fatos, o MP-GO abriu dois dois processos: um criminal e um cível, por improbidade administrativa no uso dos recursos. Ambos foram trancados no TJ-GO, iniciando uma disputa judicial para dar andamento aos processos.Mas além dessas ações judiciais, padre Robson de Oliveira responde também a um processo canônico aberto pela própria Igreja Católica, que deve definir o futuro dele dentro da instituição. O colegiado é formado por membros da ordem religiosa redentorista, a qual pertence Oliveira, e por membros da cúria da arquidiocese metropolitana de Goiânia, dentre os quais, o arcebispo Dom João Justino.