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Sem mudança: Estudo de Vilmar Rocha sugere baixa renovação na Câmara dos Deputados em 2022
As novas regras eleitorais, como o fim das coligações, contribuirão para favorecer as reeleições, afirma o presidente do PSD
O ex-deputado federal Vilmar Rocha, presidente do PSD em Goiás, fez um longo estudo sobre as eleições de 2022.
“As informações disponíveis sobre os partidos e seus pré-candidatos sugerem que o índice de reeleição de 2022 será maior do que em 2018. Portanto, o índice de renovação será menor”, afirma.
“Seis partidos (União Brasil, PL, PSD, PT, PP e Republicanos) devem ter 60% da representação na Câmara dos Deputados. Acrescentando mais alguns partidos, como MDB, PSDB e PDT, nove (ou dez) partidos vão ter 80% da representação. Portanto, haverá uma concentração de poder nos grandes partidos. Quando Lula da Silva falou na ‘extinção’ do PSDB, houve uma chiadeira, mas a tendência é que o partido saia mais fraco do pleito deste ano. Falo tendência porque a realidade pode nos surpreender”, diz Vilmar Rocha.
O ex-parlamentar mapeou a força dos partidos na Câmara — PL: 78 deputados; PT: 55; pP: 55; União Brasil: 54; PSD: 47; Republicanos: 43; MDB: 36; PSB: 24; PSDB: 21; e PDT: 19. “O quadro não vai mudar quase nada. Os mesmos partidos vão continuar hegemônicos em Brasília. O que pode variar são os nomes de alguns políticos”, assinala Vilmar Rocha.
Sem as coligações proporcionais, os partidos pequenos terão imensa dificuldade de eleger deputados e podem sair, do pleito de 2022, ainda mais esvaziados. A criação da federação, em certa medida, visa beneficiar os partidos menores, mas não vai adiantar muito.
Em suma, “as novas regras eleitorais favorecem a reeleição”, ressalta Vilmar Rocha.
O PL e o PT tendem a formar grandes bancadas porque têm os dois candidatos a presidente mais “fortes” — Jair Bolsonaro e Lula da Silva, de acordo com as pesquisas eleitorais. Pergunta: “O sr. acredita que a direita e a esquerda, tendo os candidatos polarizados, tendem a formar bancadas fortes?” Vilmar Rocha diz que é possível. “Mas o centro sempre forte e terá papel crucial nas decisões da Câmara”, postula. “E o União Brasil tende a ser mais moderado do que as forças bolsonaristas instaladas no PL.”
No Senado o quadro é o seguinte: MDB: 12 senadores; PSD: 11; PL: 9; Podemos: 8; pP: 8; PT: 7; União Brasil: 6; PSDB: 6; PDT: 4; Rede: 1. “A tendência é que o PSD, o MDB e o PL cresçam ainda na eleição de 2022. Claro que um partido pode cair um pouco, mas os grandes partidos continuarão grandes, determinantes. Como se sabe, este ano, estão em jogo apenas 27 das 81 vagas para o Senado. Porque em cada Estado, contando com Brasília, só está em disputa uma vaga. Em Goiás é a vaga do senador Luiz Carlos do Carmo”.