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Encontro, organizado pela TV Bandeirantes em parceria com UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura, contou com a participação de seis presidenciáveis
Uma briga nos bastidores e ataques diretos entre os candidatos à Presidência mais bem colocados no agregador de pesquisas CNN/Locomotiva marcaram o primeiro debate da corrida eleitoral com transmissão pela televisão, realizado na noite deste domingo, 28.
O encontro, organizado pela TV Bandeirantes em parceria com UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura, contou com a participação de seis presidenciáveis: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe d’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil).
Pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha revela que Simone Tebet (MDB) foi a presidenciável com o melhor desempenho no debate na Band, enquanto Jair Bolsonaro (PL) teve a pior avaliação entre eleitores indecisos ou que pretendem votar em branco.
Em entrevista ao Jornal Opção, o cientista político Khelson Cruz explica que a candidata Tebet teve melhor êxito porque conseguiu se defender bem no momento que foi atacada. “Ela mostrou boa argumentação na defesa da mulher, principalmente naquele momento que Bolsonaro atacou a repórter”. Segundo ele, a senadora obteve conhecimento de causa quando foi questionada sobre vacina contra a Covid-19 e combate à corrupção. No segundo bloco do evento realizado pela Band, o chefe do Executivo se alterou com a jornalista Vera Magalhães, que fez uma pergunta para Ciro Gomes (PDT) e o presidente.
“Ela conseguiu se mostrar ainda que é uma boa debatedora. Tem conteúdo, sabe argumentar. Foi bem mesmo estando no meio dos dois [Lula e Bolsonaro]. Embora atacasse os dois lados, apesar que foi um pouco mais serena com o Lula e mais agressiva com o Bolsonaro, se destacou durante a apresentação do debate, mas não deve conseguir quebrar a polarização”, prevê.
Para o cientista político Pedro Araújo, Simone conseguiu aproveitar melhor o debate deste domingo, 28, para se apresentar ao eleitorado. Apesar disso, Pedro avalia que o alcance deste primeiro encontro ficou abaixo da sabatina no Jornal Nacional. “É importante ela investir mais na campanha para atrair aquele eleitor que não quer votar no presidente Bolsonaro e nem no Lula”, pontuou ao Jornal.
Em relação aos dois candidatos mais avaliados nas principais pesquisas, os cientistas políticos analisam que Lula e Bolsonaro não conseguiram atrair novos eleitores. “Os dois que estão à frente da pesquisa eleitoral não foram muito bem. O pior de todos foi o presidente Bolsonaro, que que em determinado momento foi bastante agressivo com a jornalista. Estimulou muito mal para a campanha dele. O Lula esperava né que ele que ele fosse um pouco mais decisivo, principalmente para poder confrontar com o Bolsonaro. O desempenho dele ficou abaixo do que que se esperava depois da sabatina no Jornal Nacional”, pontua Pedro.
Cruz examina que ambos os candidatos falaram para a própria bolha política. “Bolsonaro falou para bolha dele. Não apresentou nada para conquistar novos eleitores ou pra romper essa bolha. Lula ele foi bem sereno. Eu também acredito que não avançou muito”.
Em relação ao Ciro, os cientistas afirmaram que ele perdeu o tom no momento que falou do Bolsonaro, apesar de se destacado entre Lula e Bolsonaro. “Apesar de ter usado algumas palavras rebuscadas, algumas frases que talvez não atinja a maioria do eleitorado, mas ele foi mais claro né do que os dois candidatos que estão à frente nas pesquisas eleitorais”, disse Pedro.
Já em relação aos demais candidatos, os especialistas apontam que conseguiram apresentar as propostas. “Felipe d’Ávila é o candidato que defende propostas de privatização. Ele mostrou aquele do liberalismo econômico. A Soraia é uma candidata simples, comum. Estava nervosa no debate. Em alguns momentos não conseguiu articular algumas ideias. A vantagem dela é que se apresentou para o Brasil. Soraia se mostrou desconhecida num partido grande. Mas ela não conseguiu até mesmo as coisas que defende, os sentimentos, a questão de imposto único, essas coisas ela não mostrou viabilidade nisso”, diz Cruz.