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MPF vai recorrer da decisão de Moro que absolveu mulher de Cunha

MPF vai recorrer da decisão de Moro que absolveu mulher de Cunha

access_time 7 anos ago

A informação foi dada após deflagração da Operação Poço Seco, que faz parte da nova fase da Lava Jato que investiga esquema de corrupção na Petrobras em país da África

Após absolvição da jornalista Cláudia Cruz, mulher do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ontem (25), o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, criticou a decisão do juiz Sérgio Moro e disse nesta sexta-feira (26) que vai recorrer a sentença.

A informação foi dada em entrevista coletiva sobre nova fase da Lava Jato, a operação Poço Seco, deflagrada hoje e que mirou suspeitos de se beneficiarem de esquema de corrupção na Petrobras ligado à compra de um campo de petróleo no Benin, país da costa oeste da África. Segundo Santos Lima, parte da propina chegou “indiretamente” a Cláudia Cruz.

O dinheiro teria passado por dois trusts e uma offshore até chegarem em uma conta secreta de Cláudia, na Suiça, configurando crime de lavagem de dinheiro e dissimulação do produto de crime de corrupção. Segundo o Ministério Público, os recursos transferidos para esta conta teriam sido utilizados na compra de artigos de luxo e despesas com viagens internacionais, hotéis de alto padrão e aquisições em lojas de grife, parte desse gasto efetuado com o cardão de crédito vinculado a Cláudia.

O juiz Sérgio Moro alegou, porém, que não há provas de que o dinheiro tenha feito este caminho. “Falta materialidade à imputação do crime de lavagem de dinheiro, tendo por antecedente o crime de corrupção. Então a imputação do crime de lavagem descrito como fato 05 da denúncia é insubsistente”, sentenciou o juiz.

Porém, Lima discorda. “Nós sabemos que parte desses valores abasteceu a conta que foi usada por Cláudia Cruz para seus gastos em bens de altos valores. Nós vamos recorrer. Nós discordamos, cremos que isso decorre muito mais do coração generoso do doutor Sergio Moro na interpretação de um fato envolvendo a esposa de uma pessoa sabidamente ligada à corrupção”, afirmou o procurador.

Em março, Eduardo Cunha foi condenado a quinze anos de prisão por ter sido o beneficiário de parte do valor pago ao lobista João Augusto Rezende Henriques, originário da compra dos direitos de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras, de onde teriam saído os recursos transferidos para outras contas em titularidade de Cláudia Cruz.

Nesta sexta-feira, a Operação Poço Seco seguiu investigando o pagamento de propina sobre o campo de Benin, buscando esclarecer mais detalhes a respeito do caminho dos recursos e de outros possíveis envolvidos e beneficiados no esquema. 

(Com informações do Uol)

 

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