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Justiça goiana concede habeas corpus ao tenente-coronel Belelli
Ele e outros quatro policiais são acusados de integrarem um grupo de extermínio que agia em três cidades goianas
O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) concedeu, na tarde desta terça-feira (26), habeas corpus para o tenente-coronel Carlos Eduardo Belelli. Ele estava preso desde o último dia 18 de dezembro após a deflagração da Operação Circo da Morte, que investiga participação de policiais em grupos de extermínio que atuava em Caldas Novas, Santo Antônio do Descoberto e Alto Paraíso de Goiás.
O desembargador Itaney Francisco pediu manutenção da prisão de Belelli, mas foi vencido pelo voto do relator do processo, Ivo Fávoro, e de mais dois presentes: Averlirdes Almeida e José Paganucci. “Esse resultado mostrou a mais cristalina da Justiça e que a prisão de Belleli foi antecipada. Os argumentos para mantê-lo preso eram meras suposições”, afirmou o advogado do tenente-coronel, Ricardo Naves.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) afirmou que só vai se pronunciar “após tomar conhecimento formal da decisão do TJ-GO”. Quando a operação foi deflagrada, Belelli foi encaminhado à sede da Polícia Federal, em Brasília, e transferido para o presídio da Polícia Militar, em Goiânia.
Operação Circo da Morte
Segundo o MP-GO, o tenente-coronel e outros quatro PMs, que foram soltos na semana passada, são investigados por participar de um grupo de extermínio que agiam em três cidades goianas. De acordo com o órgão, os casos investigados são as mortes de Douglas Carvalho da Silva, de 27 anos, e de Carlos Soares dos Prazeres Junior, de 18 anos, ocorridas em março de 2017, em Caldas Novas, após uma suposta troca de tiros com militares.
Também são investigadas as mortes de Darlei Carvalho da Silva, de 31 anos, e da namorada dele, Dallyla Fernanda Martins da Silva, de 21 anos, que também aconteceram em março de 2017. Segundo as investigações, os dois foram sequestrados dentro de casa por homens encapuzados que se diziam policiais, em Santo Antônio do Descoberto.
Belelli estava à frente da operação que terminou com a morte de Douglas. O tenente-coronel chegou a se candidatar a deputado estadual no ano passado e, apesar de ser o mais votado em Caldas Novas, não foi eleito para ocupar o cargo.