Alexandre Baldy deve assumir presidência da Saneago

A informação foi confirmada por uma fonte ligada ao governo e ao partido. | Foto: Marcelo Camargo

O presidente estadual do Progressista (PP), Alexandre Baldy, deve assumir a presidência da Saneago. A informação foi confirmada por uma fonte ligada ao governo e ao partido. “Espaço do PP”, resume. Atualmente, a companhia de Saneamento é ocupada por Ricardo José Soavinski.

Ainda conforme o interlocutor, o acordo já foi acertado com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e com o titular da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Pedro Sales. Este último, destaca-se, é um dos principais nomes da gestão e deverá ocupar, em breve, Secretaria de Infraestrutura, que será criada.

De volta a Baldy, ele preside um dos partidos aliados do governador. Em 2022, ele disputou o Senado por Goiás e terminou em quarto lugar com 406.379 (12,84%) votos. Ele foi superado pelo vencedor do páreo, Wilder Morais (PL) com 799.022 (25,25%) eleitores; Marconi Perillo (PSDB), 626,6 mil (19,8%); e delegado Waldir (União Brasil), 539.219 (17,04%).

Ele, Waldir e o presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha disputaram com candidaturas isoladas pela base de Caiado. Juntos, somaram mais de 1 milhão de votos. Claro, as bases não seriam as mesmas e uma única candidatura possivelmente não renderia os mesmos números… Contudo, a fidelidade ao governador deve ser recompensada com cargos. No Caso de Baldy, a presidência da Saneago, conforme relata uma fonte.

Mudança

Vale citar, Baldy não poderia assumir a presidência da Saneago até o fim do ano passado. Isso, por causa de uma cláusula da Lei das Estatais que impunha quarentena de três anos para dirigentes partidários. Contudo, já nos primeiros dias do governo Lula esta legislação foi alterada para acomodar Aloizio Mercadante no BNDES, o banco de desenvolvimento.

A Lei das Estatais em seu inciso II, do parágrafo 2º do artigo 17: “É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e para a diretoria: de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral.”

A mudança proposta por Lula é de quarentena de 30 dias. A matéria passou no último dia 13 de dezembro na Câmara Federal e está, atualmente, parada no Senado. Deve prosperar.

O advogado eleitoral Bruno Pena confirma a situação. Ele explica que a legislação veda quem tiver participado nos últimos três anos de órgão de deliberação partidária ou coordenação de campanha. “Ele é presidente do PP e também foi candidato na última eleição”, reforça. “Mas se passar a alteração, ele poderá assumir.”

Ainda assim, a mudança sofreu diversas críticas de juristas e analistas políticos. Entre os argumentos, consta que haveria maior influência da política sobre as estatais. Além disso, existe o entendimento de redução no combate à corrupção.

Inclusive, o advogado constitucionalista Clodoaldo Moreira argumenta: “Antes da mudança temos um impedimento claro a fim de preservar a moralidade do serviço público com a finalidade de combater a corrupção e indicações especulativas políticas. Com essas mudanças se tornará possível a indicação de qualquer pessoa podendo atender mais interesses políticos do que interesses da sociedade. Devemos pensar no serviço público como um todo com o objetivo de proteger as estatais de pessoas sem a mínima capacidade técnica necessária. Fica a reflexão.”

Secretaria de Infraestrutura 

Além da indicação de Baldy para Saneago, Pedro Sales será colocado para comandar a Secretaria de Estado de Infraestrutura, que será criada em reforma administrativa de Caiado, conforme citado acima. Será uma superpasta focada em planejamento, monitoramento e condução de políticas públicas.

Sales, conforme bastidores, já se cacifa para disputas futuras em 2026. É homem de confiança de Caiado e caminha com o governador desde antes do Palácio das Esmeraldas.

De volta a Baldy, o presidente estadual do Progressista não confirmou a informação ao Jornal O Hoje. “Não conversei a respeito com Governador. Ele teve um problema delicado de saúde e considero completamente inoportuno e indelicado conversar, neste momento de recuperação do Governador, sobre esse assunto.”