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Anvisa autoriza uso de duas vacinas no Brasil

Anvisa autoriza uso de duas vacinas no Brasil

access_time 4 anos ago

Coronavac e Oxford/AstraZeneca têm uso emergencial liberado e em São Paulo enfermeira é a primeira imunizada no País. Ministro quer início de vacinação na quarta

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou neste domingo (17), por unanimidade, a autorização para o uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca. Ambas se tornam as primeiras vacinas contra Covid-19 a poderem ser aplicadas no Brasil.

A decisão vale para o uso de 8 milhões de doses que foram importadas pela Fiocruz e Butantan. Após cinco horas de reunião, os cinco diretores deram parecer favorável à liberação dos imunizantes, acompanhando a relatora Meiruze Sousa Freitas, primeira a votar.

A agência, no entanto, condicionou a autorização para a Coronavac à assinatura de um termo de compromisso. No documento, o instituto deve se comprometer a enviar e atualizar dados referentes à resposta imunológica da vacina – uma preocupação dos técnicos.

O documento foi encaminhado ao laboratório após a reunião, mas não tinha tido resposta até o início da noite. Poucos minutos após a decisão, o governo paulista aplicou a primeira dose da Coronavac em uma enfermeira do Hospital das Clínicas, em São Paulo. A aplicação ocorreu antes mesmo da autorização passar a valer.

Os pedidos haviam sido feitos pelo Butantan e Fiocruz em 8 de janeiro. O primeiro mantém uma parceria com a empresa chinesa Sinovac e buscava autorização para uso de 6 milhões de doses da vacina Coronavac que foram importadas da China ainda no ano passado.

Já a Fiocruz, que mantém uma parceria com a farmacêutica AstraZeneca e Universidade de Oxford, pedia autorização para uso de 2 milhões de doses que devem ser importadas da Índia, em data ainda indefinida.

Em seus votos, os diretores defenderam critérios técnicos e científicos para as decisões referentes à Covid-19, que todos sejam vacinados e também o distanciamento social.

Indiretamente, trata-se de uma crítica ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que desde o início da pandemia se posicionou contra políticas de isolamento e vem defendendo que a vacina não deve ser obrigatória, além de propagandear medicamentos sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina.

O diretor-presidente da Agência, Antonio Barra Torres, aliado muito próximo de Bolsonaro, foi o último diretor a votar e reforçou que a aprovação da vacina não deve significar o relaxamento de outras medidas de proteção. “A imunidade com a vacinação leva algum tempo para se estabelecer. Mesmo vacinado, use máscaras, mantenha distanciamento social e higienize suas mãos”, completou.

Primeira aplicação

A primeira aplicação no Brasil da vacina contra a Covid-19, fora dos ensaios clínicos, foi feita às 15h30 deste domingo (17) no Centro de Convenções do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

A primeira pessoa a ser imunizada foi a enfermeira Monica Calazans, 54, que trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Com obesidade, hipertensão e diabetes, ela faz parte do grupo de risco. Calazans foi vacinado pela enfermeira Jéssica Pires de Camargo, 30. A aplicação da vacina ocorreu em caráter simbólico, ao lado do governador paulista João Doria (PSDB), fiador da Coronavac no país.

Representantes da Anvisa evitaram comentar sobre a aplicação da primeira dose em São Paulo, mas reforçaram que a autorização para isso está condicionada à assinatura e recebimento de um termo de compromisso pelo Butantan -o que ainda não ocorreu.

Ao todo 100 pessoas já teriam sido vacinadas em São Paulo, todas no Hospital das Clínicas, que encerrou o trabalho pouco antes das 18h deste domingo (17), com o “vacinômetro” marcando cem pessoas imunizadas.

Uma delas foi a diretora de enfermagem do Instituto da Criança e do Adolescente, Simoni Pavani, 53, que se disse orgulhosa de participar desse dia histórico. “A vacina representa a esperança. É emocionante, a gente está aguardando há muito tempo. As pessoas estão se importando com a eficácia, mas o mais importante nesse momento é que todos estejam vacinados. Temos que torcer para que todos, o mais rápido possível, possam estar vacinados.”

Início

Pazuello disse que nesta segunda (18), a partir das 7h, o Ministério da Saúde vai iniciar a distribuição da vacina para todos os estados, com apoio do Ministério da Defesa, com deslocamento aéreo. “Amanhã farei uma entrega simbólica aos estados e depois a FAB inicia a distribuição aos estados. Cada estado tem o seu plano logístico, são pactuados conosco, mas são dos estados, que fazem a distribuição dentro dos municípios”, afirmou o ministro.

Ele planejou para quarta (20), 10h, o início do plano nacional de imunização ao mesmo tempo em todos os estados.”,

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