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*Corrupção, acomodação e paralisia: a permanência de um mesmo grupo político no poder está destruindo Catalão*

*Corrupção, acomodação e paralisia: a permanência de um mesmo grupo político no poder está destruindo Catalão*

access_time 4 anos ago
Em Catalão, as urnas vão mostrar de novo a estampa desgastada de Adib Elias, que com dificuldades tenta explicar o fato de ele querer o seu quarto mandato de prefeito. A possibilidade de Adib ser eleito por mais quatro anos preocupa. A permanência prolongada de um grupo político no poder gera consequências negativas. A primeira delas é a corrupção. Com o passar dos anos, o grupo descobre maneiras de adaptar o funcionamento da prefeitura – cuja arrecadação chega a R$ 1 milhão por dia – a interesses pessoais, que se afastam da boa prática da governança.
É fácil observar como o padrão de vida de políticos e auxiliares que gravitam em torno do prefeito melhorou desde 2000, ano em que Adib conquistou, pela primeira vez, o direito de ocupar a cadeira de chefe do poder Executivo municipal. São fazendas, caminhonetes caras e empresas que, implícita ou explicitamente, beneficiam-se com a manutenção do grupo de Adib no poder. A permanência prolongada destas mesmas pessoas na prefeitura provoca o enraizamento destas práticas. E, com o passar o tempo, fica cada vez mais difícil interromper esse estado de coisas que fere a impessoalidade e a transparência da gestão.
A segunda consequência negativa é aridez de ideias e propostas que decorre da permanência prolongada no poder. Imagine que você trabalha no mesmo lugar, na mesma sala, sentado à mesma mesa por 16 ou 20 anos. Ainda que tenha apego pelo lugar, pelo cargo e principalmente pelas benesses que o cargo oferece, a motivação não será a mesma. Com o passar dos anos, extinguem-se a vontade de fazer mais, a determinação de fazer melhor, a ousadia de buscar experiências bem sucedidas pelo mundo e de adaptá-las à realidade local com vistas a melhorar os resultados. O trabalho se torna modorrento. É grave quando isso acontece na administração pública, porque a acomodação de um prefeito pode até matar um de seus governados, como é o caso da negligência com a saúde pública.
Nota-se claramente que esse processo já começou em Catalão. Antes, muitas empresas e indústrias, como a Mitsubishi e a John Deere, faziam questão de construir e investir na cidade. O PIB também caiu e aquele ciclo de prosperidade acabou. O distrito industrial virou mato, literalmente. A rede de saúde padece com a falta de esforços para colocar em funcionamento o Hospital Materno e a Santa Casa. Os bairros periféricos estão em processo de favelização. Falta água até quando chove. E não se vê absolutamente nada de novo que encha os olhos dos catalanos e que faça as pessoas acreditarem que o prefeito ainda tem aquela vontade de arregaçar as mangas para trabalhar.
O que Catalão precisa é de respirar novos ares. Permitir que novas pessoas implementem novas ideias. A alternância política na prefeitura vai impedir o enraizamento de práticas nada republicanas e trazer mudanças que a cidade precisa. Não é possível que só uma pessoa consiga governar a cidade. E também não é possível que a cidade seja ainda refém da velha briga entre Adib Elias e Jardel Sebba (agora representado pelo filho Gustavo).
Para renovar a política de Catalão é preciso muito mais do que fazer implante de cabelo e encharcar o rosto de botox. É necessário novas pessoas, novas ideias e, sobretudo, novos métodos de gestão.
Os jovens que nasceram depois de 2000 nunca tiveram a oportunidade de vivenciar nada de diferente do que há tanto tempo está aí. Infelizmente, não há como enxergar essa realidade como sendo algo saudável para Catalão.
Fonte: ASCOM / Elder Galdino
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