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Cresce pressão para saída de vice-presidente da Agehab
Deputados governistas cobram saída do vice-presidente da agência, Luiz Sampaio, alegando que ele usa o cargo para montar base eleitoral visando 2022; “atendimentos são institucionais”, diz auxiliar
Deputados da base governista na Assembleia Legislativa aumentaram a pressão para a saída do vice-presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Luiz Sampaio, que diz não ter conhecimento das movimentações. Parlamentares afirmam que ele estaria usando a Agehab para montar uma base visando as eleições do ano que vem, quando pode tentar cadeira no Legislativo goiano.
Os parlamentares têm pressionado já há algumas semanas para que auxiliares de Caiado que vão disputar as eleições no ano que vem deixem o governo no fim do ano a fim de evitar que sejam favorecidos de alguma maneira por ações da atual gestão. Desde a semana passada, porém, como mostrou a coluna Giro, houve aumento da tensão envolvendo Sampaio.
De acordo com os relatos ouvidos pela reportagem, ele tem buscado prefeitos para conversar sobre obras em suas cidades tendo como pano de fundo as eleições e acaba entrando nas bases de deputados.
Um dos exemplos usados como argumento diz respeito ao jantar que Sampaio promoveu em 5 de agosto com 35 prefeitos, o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o vice-governador, Lincoln Tejota, que preside o Cidadania em Goiás, partido ao qual é filiado. O encontro ocorreu em uma churrascaria da capital.
O movimento contra Sampaio foi levantado de maneira mais forte, contudo, apenas um mês depois, após a saída de Lucas Fernandes da presidência da Agehab, anunciada no dia 9 de setembro. Ligado ao PSC, Lucas foi substituído pelo presidente da Goinfra, Pedro Sales, considerado um nome técnico. Nesse contexto, deputados combinaram de requerer também um técnico na vice.
Líder do governo, Bruno Peixoto (MDB) disse ao Giro, no sábado (18), que não pautará projetos encaminhados à Casa pelo Executivo até que Sampaio deixe o cargo, e diz agir a pedido dos deputados governistas. Dentre os enviados desde agosto, há 20 projetos do governo em tramitação, dos quais 16 são vetos.
A declaração de Bruno, entretanto, não causou muita repercussão interna, porque há o entendimento de que apenas os presidentes da Assembleia, Lissauer Vieira (PSB), e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Humberto Aidar (MDB), têm poder para segurar projetos. A reportagem ligou para Bruno. Ele disse que não podia falar no momento e retornaria depois, mas não o fez e não atendeu mais as ligações.
Sampaio, que é segundo suplente de deputado pelo DC, relata que não tem “problema algum com os deputados”. “Agora, o cargo é prerrogativa do governador, então, não entro no mérito político do assunto.”
Questionado se tem usado o cargo para montar uma base eleitoral, ele nega. “Não tenho atendimentos políticos, mas institucionais. Minha prioridade é atender prefeitos e lideranças para cuidar dos municípios e sequer tenho definição de pré-candidatura ainda. Minha função é trabalhar para devolver Goiás aos goianos. Não é o momento para isso (falar de política).”
A respeito do jantar de 5 de agosto, Sampaio informa que “foi uma reunião para aproximar os municípios do governo”. “A reunião foi totalmente direcionada ao governador. Em nenhum momento houve manifestações eleitorais ou partidárias.”