Quem será realmente presidente da Assembleia Legislativa de Goiás entre 2023 e 2024? Não se sabe. Há um único consenso: o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é o político decisivo na disputa. Seu “candidato” será o presidente. Até porque, definido o nome, não haverá disputa.O J. Opção ouviu dez deputados estaduais (três eleitos em 2022, portanto ainda não são deputados) e cinco políticos (com e sem mandato) que são aliados de Ronaldo Caiado. A seguir, as opiniões de todos serão resumidas em seis tópicos, com as opiniões das fontes.

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Talles Barreto: cotado para líder do governo | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção

Segundo o primeiro grupo de fontes, o próximo presidente da Alego será Bruno Peixoto, do União Brasil. O líder do governo tende a ser Talles Barreto, do União Brasil, e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pode ser Wagner Neto. No caso deste, teria pesado a força do PRTB, que tem quatro deputados.

Segundo as fontes, Wilde Cambão, que chegou a ser cotado para presidente da Alego, também chegou a ser mencionado para líder do governo. Mas teria faltado apoio de deputados.

Wagner Neto: cotado para a Comissão de Constituição e Justiça | Foto: Divulgação

Por que Bruno Peixoto é altamente cotado? Porque é do União Brasil, o partido do governador, e foi o mais votado do pleito de 2022. Seus apoiadores acrescentam que não tem preguiça, é extremamente focado e tem paixão por política. Ademais, sempre assume como suas as causas do governo de Ronaldo Caiado, com firmeza. Ele não joga para a plateia do populismo.

As fontes sugerem que hoje a Assembleia praticamente tem dois presidentes: Lissauer Vieira, o oficial, e Bruno Peixoto, o informal. Lissauer Vieira trabalha contra o interesse dos goianos e do governo do Estado, de acordo com as fontes, e Bruno Peixoto opera a favor dos goianos e da gestão pública. As fontes postulam que, entre os goianos e o agronegócio, o presidente da AL, oficial, fica com os “financiadores”.

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Lincoln Tejota: vice-governador de Goiás e deputado eleito | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O segundo grupo de fontes sugere que Ronaldo Caiado tem respeito pelo vice-governador Lincoln Tejota (União Brasil), deputado estadual recém-eleito, e pelo deputado Virmondes Cruvinel (União Brasil).

Qual é, então, o problema dos dois? O de Lincoln Tejota é o pai, Sebastião Tejota, que, como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, articula mais do que a maioria dos políticos do Estado. Com o controle do TCE — onde é tido como “chefão”, ao lado de Kennedy Trindade (conhecido como “eminência parda”) — e da Alego, por intermédio de Lincoln Tejota, Sebastião Tejota praticamente se tornaria uma espécie de governador paralelo de Goiás. É o abacaxi com casca nas mãos de Lincoln Tejota.

Virmondes Cruvinel: apontado como “deputado qualitativo” | Foto: DivulgaçãoRenato de Castro e seu pai, Fião de Castro, são ligados a Ronaldo Caiado, que os respeita e admira. Porém, como se sabe, na campanha deste ano, o governador perdeu em poucos municípios, como Goianésia. Alguma coisa falhou lá: o ex-prefeito não operou, em termos político-eleitorais, com a eficiência que se esperava dele. Porém, o problema principal é outro.De acordo com o grupo de fontes, Renato de Castro, deputado recém-eleito, uniu-se ao ex-ministro Alexandre Baldy (pP) e ao prefeito de Anápolis, Roberto Naves (pP), com o objetivo de “emparedar” o vice-governador eleito Daniel Vilela. A jogada não teria agradado ao Palácio das Esmeraldas. É a falsa a tese de que Ronaldo Caiado quer um presidente da Alego que possa “controlar” o presidente do MDB. Uma das fontes foi precisa e peremptória: “O governador não quer e não aceita que determinadas articulações sejam atribuídas a ele. Por um motivo simples: ele joga limpo, sempre”.

Renato de Castro: forte ligação com o governador Ronaldo Caiado| Foto: Bruna Aidar/Jornal Opção

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O terceiro grupo de fontes assinala que Bruno Peixoto fez a lição de casa e conta hoje com o apoio de pelo menos 24 deputados. O deputado eleito Gugu Nader (Agir), de Itumbiara, diz que a tendência é que o postulante do União Brasil seja eleito. “Porque articula bem, com desenvoltura, e representa uma Assembleia mais alinhada com o governo do Estado”, afirma.

Fora Virmondes Cruvinel, os parlamentares do União Brasil estariam “fechados” com Bruno Peixoto. O PRTB e até o PT teriam simpatia pelo parlamentar. Pelo menos um dos eleitos pelo PL — talvez Paulo Cezar Martins — tende a compor com o deputado.

Wilde Cambão: nome de peso do Entorno de Brasília | Foto: Denise Xavier/ Ascom

O MDB, com seis deputados, estaria mais propenso a compor com Bruno Peixoto. O partido, articulado por Daniel Vilela, terá peso decisivo na eleição da Assembleia. Lucas Calil, Issy Quinan, Amilton Filho, Lucas do Vale e Charles Bento tendem a apoiar o postulante do União Brasil. Só Lineu Olímpio banca Renato de Castro.

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O quarto grupo de fontes sugere que Virmondes Cruvinel não é um nome a se descartar. Na votação da taxa para o agronegócio, o deputado ficou com o governo, e não com seu suposto padrinho político, Lissauer Vieira, que jogou contra o governo de Ronaldo Caiado, arregimentando, inclusive, uma claque para atacá-lo na Assembleia.

Virmondes Cruvinel tem comportamento de estadista e tem apoio de alguns deputados e de segmentos organizados da sociedade. Seu principal problema é que sua força e sua fraqueza derivam de Lissauer Vieira, hoje em franca oposição ao governo de Ronaldo Caiado. Ressalve-se que o presidente da Assembleia diz que vai aceitar — talvez a contragosto — o candidato apoiado por Ronaldo Caiado.

Lissauer Vieira: articulador que não pode ser subestimado | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Do grupo há os que postulam que Wilde Cambão não pode ser descartado como possível candidato a presidente da Alego.

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O quinto grupo de fontes postula, de maneira peremptória: “Bruno Peixoto será presidente da Assembleia. Porque já mostrou que é um grande operador no Legislativo, e em tempo integral, não apenas nos ‘momentos bons’”.

O grupo sustenta que Bruno Peixoto já conta com o apoio de 27 deputados estaduais. “Pode anotar: MDB, PSDB, PRTB, União Brasil e PT vão compor com Bruno”, afirma um parlamentar.

As fontes sugerem que a mesa diretora terá Bruno Peixoto, Wilder Cambão, Lincoln Tejota e/ou Issy Quinan. Talles Barreto é o mais cotado para a liderança do governo, dada sua firmeza e lealdade. Wagner Neto é apontado como o nome quase definido para a CCJ, como assinalou outro grupo de fontes.

Este grupo postula que será presidente aquele que levar “a melhor articulação” para o governador Ronaldo Caiado. “Quem tiver ‘fechado’ com mais nomes, numa articulação confiável, será avalizado pelo governador — que, evidentemente, não vai negociar apoios, um a um”, sublinham as fontes.

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O sexto grupo de fontes é mais relutante a respeito de “definições” para a presidência da Assembleia. Seus integrantes sugerem que Bruno Peixoto “largou” na frente, de fato, mais precisa manter a frente. “Digamos que é um Lewis Hamilton que precisa assegurar a liderança da corrida a qualquer custo, porque, dependendo do quadro da circunstância, pode aparecer um Verstappen e tomar-lhe a pole position”, afirma um deputado.

Este grupo admite que Bruno Peixoto é “leal” ao governador Ronaldo Caiado, mas precisa obter “realmente” o apoio dos deputados. As fontes sugerem, por fim, que a presidência, na avaliação do momento, deve cair nas mãos de Bruno Peixoto ou Virmondes Cruvinel. Não descartam, porém, Wilde Cambão e Renato de Castro. Chegam a mencionar Wilde Cambão e Issy Quinan.

As fontes deste grupo sinalizam que a tinta da caneta de Lissauer Vieira está acabando, mas ainda não acabou. Um deputado assinala: “Na votação da taxa sobre o agronegócio e o fundo para a infraestrutura, o placar de 22 a 16 tem de ser considerado apertado; sobretudo, mostra a força de Lissauer. A tinta de sua caneta, cerca de 40%, ainda está operando, e com relativa eficiência. Ele ainda está trabalhando, nos bastidores e com o apoio dos articuladores do agronegócio — multimilionários — para evitar a aprovação do projeto, na terça-feira, 22”.