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Federação PSDB-Cidadania divide mandatários dos dois partidos em Goiás

Federação PSDB-Cidadania divide mandatários dos dois partidos em Goiás

access_time 2 anos ago

Enquanto há deputados que se posicionam a favor da união, outros preferem aguardar o desenrolar das conversas

A possível federação entre PSDB e Cidadania divide opiniões entre os parlamentares dos dois partidos em Goiás. Há quem veja com bons olhos, caso da deputada tucana Lêda Borges, mas quem também prefira aguardar mais para ver como as coisas vão se dar, apontando como dificuldade principal a incompatibilidade de projetos das duas siglas no Estado: o Cidadania caminha com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), enquanto o PSDB tem como pré-candidato ao governo Marconi Perillo.

Os dois partidos discutem formar uma federação, instrumento que passa a valer para este ano e que permite às siglas se unirem para atuar como se fossem apenas uma legenda. As federações foram uma saída encontrada para a proibição das coligações proporcionais, mas encontra resistência de boa parte dos políticos por duas razões principais: 1) têm abrangência nacional, com impacto nos Estados para as eleições de outubro; e 2) devem obrigatoriamente durar quatro anos e afetam também as eleições de 2024.

No caso da possível união de PSDB e Cidadania, a questão não é consenso nem mesmo entre os tucanos goianos. Deputada estadual e pré-candidata a federal, Lêda Borges afirma que a decisão é nacional e que “aceita com tranquilidade.” “Não temos nenhum problema de convivência. Lincoln (Tejota, atual vice-governador) foi deputado pela nossa base, e Sebastião (Tejota, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado) também teve vida político-partidária de boa convivência conosco.”

A fala de Lêda vai ao encontro do que o ex-governador Marconi Perillo disse à coluna Giro no início de fevereiro. À época, ele foi favorável à federação em consulta feita pelo diretório nacional tucano e, quando questionado sobre o distanciamento político com o presidente do Cidadania em Goiás, Lincoln Tejota, afirmou: “Nunca tive nenhum problema com ele (Lincoln) e com o pai dele (Sebastião). Sempre estivemos juntos.”

Mesmo fora da chapa majoritária — apesar de estar no cargo, foi substituído por Daniel Vilela (MDB), escolhido por Caiado para dividir chapa com ele em outubro —, Lincoln manifesta apoio à reeleição do governador e ainda não decidiu seu futuro — há a possibilidade de assumir vaga em tribunal de contas ou de ser candidato a cargo legislativo em outubro.
Para Lêda, diante dessa situação, caso a federação saia do papel, o partido perderá alguns nomes, mas ressalta: “Temos os suplentes, então, acredito que isso ajuda os partidos na montagem de chapas. Essa parte ficou difícil para todo mundo, principalmente em relação a mulheres.” Ao menos 30% dos 42 candidatos a deputado estadual e dos 18 a federal que as chapas podem ter devem ser de um dos gêneros.

O deputado estadual Gustavo Sebba, por sua vez, vai à reeleição e relata que isso ainda não foi discutido no PSDB goiano. “Estamos formatando chapas de deputado federal e estadual e vendo as possibilidades de aliança para nosso candidato ao governo, Marconi Perillo. Esse cenário deve vir para frente. Se acontecer, vamos estudar o que vamos fazer. Se ocorrer, virá para somar.”

O deputado estadual e pré-candidato a federal Hélio de Sousa não atendeu às ligações. Francisco Oliveira e Talles Barreto, ambos estaduais, e Célio Silveira, federal, devem deixar o PSDB e, por isso, não foram consultados.

CIDADANIA

Único parlamentar do Cidadania em Goiás, o deputado estadual Virmondes Cruvinel diz enxergar uma linha ideológica parecida entre a cúpula nacional de seu partido e o PSDB, principalmente o de São Paulo, mas que, mesmo que seja o caso, “a realidade nacional diverge muito das estaduais e municipais.” “Em Goiás, temos uma realidade diferente.”

Ele diz que deve conversar com o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, na próxima semana, assim como com Lincoln Tejota, a respeito do assunto. Lincoln é um dos membros da Comissão de Entendimento Político do partido, e é contra a federação. Como já mostrou o Giro, o colegiado tem seis integrantes e foi criado com o objetivo de “aprofundar” o diálogo com legendas sobre a formação de uma federação para as eleições deste ano.

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