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Lei Rouanet: governo limita cachê de artistas a R$ 3 mil
O governo federal oficializou, nesta terça-feira (8/2), uma série de mudanças nas regras para o financiamento de projetos culturais pela Lei Rouanet. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União. A tramitação das alterações começou em um decreto publicado no meio do ano passado (2021), como a inclusão de arte sacra no âmbito da lei.
Entre os pontos, o governo reduziu o limite do cachê que pode ser pago por apresentação a artistas que se apresentarem de maneira solo. O valor que antes era de até R$ 45 mil, passa a ser R$ 3 mil, o que representa uma diminuição de mais de 93%. A nova instrução normativa também reduziu o limite que pode ser captado por empresas, de R$ 10 milhões para R$ 6 milhões.
Lei Rouanet
Conforme a instrução normativa, o incentivo previsto na lei poderá contemplar áreas culturais de arte sacra; belas artes; arte contemporânea; audiovisual; patrimônio material e imaterial; museus e memória. Também podem ser beneficiados projetos em segmentos culturais como artes digitais, dança, circo, grafite, produção de séries e outros.
- R$ 500 mil: tipicidade normal;
- R$ 4 milhões: tipicidade singular – desfiles festivos, eventos literários, exposições de arte e festivais;
- R$ 6 milhões: tipicidade específica – concertos sinfônicos, museus e memória, óperas, bienais, teatro musical, datas comemorativas (Carnaval, Páscoa, Festas Juninas, Natal e Ano-Novo), inclusão de pessoa com deficiência, projetos educativos e de internacionalização da cultura brasileira.
Além disso, a instrução permite que projetos considerados especiais, como ações que tratem de patrimônio tombado, ficam de fora dos limites de captação de valores. Outra mudança foi a redução do prazo para captação de recursos pelos projetos aprovados na Rouanet. O prazo máximo, com eventuais prorrogações, passou de 36 meses (três anos) para 24 meses (dois anos).
Os projetos contemplados pelo sistema da Lei de Incentivo à Cultura não são financiados com recursos públicos do governo, e sim com dinheiro privado de empresas interessadas em apoiar os projetos.
Funciona assim:
O governo federal analisa os projetos para decidir quais poderão ser contemplados pela lei. Ao ter seu projeto aprovado pelo ministério, o produtor cultural sai em busca de patrocínio para obter os recursos. Pessoas físicas ou empresas podem decidir patrocinar o projeto. Em troca, elas recebem possibilidade de abatimento no Imposto de Renda de parte ou do total do valor aplicado no projeto.