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Lula pede maior presença dos ministros nas negociações políticas com o Congresso
Lula cobra mais agilidade de Alckmin e diz que Haddad tem que falar com Congresso ‘em vez de ler um livro’
Por: Tathyane Melo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo nesta segunda-feira (22) para que seus ministros intensifiquem a articulação com o Congresso Nacional. Durante uma cerimônia no Palácio do Planalto para o lançamento de um programa de concessão de crédito a empresários e pessoas inscritas no CadÚnico, Lula cobrou mais agilidade e presença dos membros de sua equipe nas negociações políticas.
Em seu discurso, Lula destacou a necessidade de um maior engajamento dos ministros, citando especificamente o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele enfatizou que é fundamental que seus colaboradores estejam mais presentes no diálogo com os parlamentares, especialmente diante da representação reduzida do PT no Congresso, que conta com apenas 70 dos 513 deputados.
“Isso significa que o Alckmin tem que se mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad tem que, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington [Dias], Rui Costa [ministro da Casa Civil] passar maior parte do tempo conversando com bancada A, com bancada B”, afirmou o presidente durante o evento.
As declarações de Lula refletem uma preocupação crescente com a articulação política do governo, que tem sido alvo de críticas no Congresso Nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chegou a classificar o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) como “desafeto pessoal” e “incompetente”.
Diante desse cenário, na última sexta-feira (19), Lula convocou uma reunião de emergência com ministros palacianos e líderes do governo no Congresso Nacional para discutir formas de aprimorar a coordenação política. Além disso, está previsto que o presidente se encontre nesta semana com Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em uma tentativa de reforçar os laços e encontrar soluções para os impasses políticos.
Além das tensões com Lira, o governo enfrenta o desafio do avanço da chamada ‘’pauta-bomba” no Congresso, que pode ter um impacto bilionário nas contas públicas. Um dos principais pontos dessa pauta é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca aumentar os salários de juízes e promotores, com um custo anual estimado em cerca de R$ 40 bilhões.