Mais de 42% dos goianos ainda não entregaram declaração do Imposto de Renda

A menos de um mês para o fim do prazo, que vai até o dia 31 próximo, 432 mil contribuintes no Estado protelaram o acerto de contas com Leão

Os contribuintes que ainda não entregaram sua declaração do Imposto de Renda (IR) 2021 precisam ficar atentos. A Receita Federal prorrogou o prazo final deste acerto anual de contas de 30 de abril para 31 de maio, porém cerca de 432 mil goianos, número equivalente a mais de 42% dos que estão obrigados a declarar o IR, ainda não haviam enviado as informações até a tarde de ontem. Este ano, a Receita trouxe algumas novidades extras para o preenchimento da declaração.

Até a tarde de ontem, 588 mil contribuintes goianos, de um total esperado de 1,020 milhão, já haviam acertado as contas com o Leão. Estão obrigadas a declarar o IR todas as pessoas físicas que, em 2020, tiveram rendimento tributável superior a R$ 28.559,70, rendimentos isentos ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 40 mil, patrimônio acima de R$ 300 mil, venderam algum bem sujeito a à apuração de capital, resgataram ações ou tiveram receita bruta de atividade rural superior a R$ 142.798,50.

Mas o supervisor do Programa do Imposto de Renda da Receita Federal em Goiânia, Jorge Francisco Martins, alerta que uma novidade é que também estão obrigados a declarar os contribuintes ou seus dependentes que tiveram rendimentos tributáveis superiores a R$ 22.847,76 e receberam o auxílio emergencial no ano passado. O valor recebido deverá ser incluído na base de cálculo como rendimento tributável, sob pena de ter a declaração retida em malha fina por omissão de rendimentos. “Essas pessoas terão que devolver o valor recebido do auxílio”, destaca Jorge.

Este ano, a Receita também mudou a forma de preenchimento do carnê leão utilizado pelos profissionais liberais, que está sendo feito de forma on-line desde janeiro. Outra novidade, de acordo com o supervisor do IR, é que foi liberado o acesso à declaração do exercício anterior e o documento pode ser entregue por meio da Declaração Pré-preenchida, antes possível apenas por quem tinha certificado digital. Isso beneficia quase 100 milhões de pessoas cadastradas no portal de serviços públicos do governo federal (Gov.br). A declaração está disponível pelo serviço “Meu Imposto de Renda”, pelo Centro de Atendimento Virtual da Receita (e-CAC).

Esta semana, o presidente Jair Bolsonaro vetou um projeto de lei que adiaria, mais uma vez, o prazo para entrega da declaração para 31 de julho.

Jorge Martins lembra que o prazo de 31 de maio foi definido pela Receita para que o contribuinte tivesse mais tempo para reunir a documentação, a fim de que a entrega fosse mais distribuída, evitando aglomeração. Por isso, ele alerta para a necessidade de enviar as informações o quanto antes para evitar algum congestionamento do sistema nos últimos dias.

Doação

O contribuinte também pode fazer uma boa ação ao preencher sua declaração. O delegado da Receita Federal em Goiânia, Aureliano Ribeiro de Matos, alerta que é possível destinar 6% do imposto devido aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente (3%) e aos Fundos dos Direitos da Pessoa Idosa (3%). O valor da doação é automaticamente descontado do imposto a ser recolhido e o próprio contribuinte faz o pagamento que é direcionado para a instituição. Até mesmo quem tem restituição a receber pode fazer uma doação, recebendo mais de volta.

Aureliano informa que Goiás tinha potencial para doar R$ 228,5 milhões no exercício de 2020, mas destinou somente R$ 2,3 milhões, ou seja, apenas 1% do que poderia ter doado. Em todo País, este índice não chegou a 2% do potencial. “Talvez seja mais por falta de esclarecimentos sobre este instrumento do que pela ausência de espírito de doação e solidariedade por parte dos brasileiros”, acredita.

Quem não entregar a declaração dentro do prazo, estará sujeito a uma multa de 1% a 20% do imposto devido, no valor mínimo de R$ 165,74.

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