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Perita que armou atentado contra si foi afastada, responderá processo disciplinar e será indiciada

Perita que armou atentado contra si foi afastada, responderá processo disciplinar e será indiciada

access_time 3 anos ago

Entre crimes, Káthia Mendes Magalhães vai responder por fraude processual, peculato e porte ilegal de arma de fogo. Além destes, homem que atirou contra ela ainda responderá por lesão corporal grave

A perita criminal Káthia Mendes Magalhães, que confessou ter planejado atentado a tiro contra si, foi afastada das funções e vai responder processo disciplinar. Secretário de Segurança Pública estadual, Rodney Miranda conversou com a imprensa na tarde deste sábado para dar detalhes do caso. Ele disse que ela ainda será indiciada por vários crimes, entre eles, fraude processual, peculato e porte ilegal de arma de fogo, neste caso, por ter cedido a arma para o atirador. No caso do homem que a ajudou a executar o plano, ele ainda responderá por lesão corporal grave.

A perita criminal Káthia Mendes Magalhães confessou ter planejado o atentado contra si na última quinta-feira (10), em Caldas Novas. Ela foi baleada na altura da clavícula enquanto dirigia na entrada do município. O interesse da servidora pública com esta armação era ser transferida de cidade. O caso está sendo apurado pela Polícia Civil, que descobriu a armação em menos de 24 horas.

Rodney Miranda destacou que ela terá oportunidade de defesa, mas caso seja confirmado crime, ela poderá ser demitida. O secretário informou que os investigadores ainda apuram se a mulher pagou para o colega executar o plano. Até agora, a informação é de que ele tenha atendido a um pedido. “Mas não descartamos.” Ele reforçou que o caso não tem qualquer vínculo com a atividade profissional. Inclusive disse que a força-tarefa que descobriu o caso menos de 24 horas após o ocorrido foi montada para dar uma resposta rápida e para não criar clima de preocupação.

Káthia Mendes trabalha na Segurança Pública há cerca de dez anos. Ela havia passado seis anos como escrivã e havia mudado de função depois de concurso público. Rodney destacou, ainda, que é normal que se crie força tarefa para investigação de casos contra profissionais da segurança pública. Na apuração, já foi possível identificar que ela vinha fazendo o planejamento há duas semanas. Em diferentes versões, disse que foi baleada no carro, depois teria saído do carro depois de ter sido fechada por um motociclista. O carro dela não sofreu qualquer dano.

Testemunhas que afirmaram terem sido procuradas pela perita há um mês com a proposta de forjar um atentado contra ela para facilitar sua remoção. Como as testemunhas não aceitaram, o plano não foi executado. Depois, um ex-servidor que trabalhava com a perita confessou ter atirado contra Káthia a pedido dela. Ele utilizou um revólver calibre .32 que lhe foi entregue pela mulher. A arma estava apreendida para realização de perícia. Ele afirmou que no dia posterior ao crime, depositou a arma no mesmo armário utilizando-se das chaves fornecidas pela perita.

Rodney Miranda disse que atua na segurança pública há 40 anos e este caso foi novidade pela motivação. “Cheguei a duvidar. Quando me disseram que essa era a motivação, pedi para apurarem direitinho. Já vi casos como este, mas passional. Nunca com esta motivação.” Rodney se refere ao argumento apresentado por Káthia, que alegou que queria ser transferida de cidade e função.

Segundo ele disse na conversa com jornalistas, ela queria ser promovida. Recentemente ela atuou em um caso de destaque. Ela foi responsável pela perícia solicitada pela Polícia Civil no caso da morte do menino Davi Lucas de Miranda. Ele morreu depois de cair de um toboágua que passava por manutenção no Clube DiRoma, em Caldas Novas. O acidente aconteceu no dia 13 de fevereiro deste ano.

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