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Por manutenção dos resultados, Caiado intensifica luta contra reforma

Por manutenção dos resultados, Caiado intensifica luta contra reforma

access_time 1 ano ago

Governador goiano tem ostentando resultados puxados pelo agro goiano

Por: Felipe Cardoso

Se aprovada em definitivo, leitura é que reforma tende a prejudicar o estado com a penalização de municípios “chave” | Foto: Secom

O governador Ronaldo Caiado (UB) tem insistido em afirmar que a reforma tributária, ao menos da forma que está, não trará nenhum benefício ao estado caso termine aprovada pelo Congresso nos próximos meses. Pelo contrário, Caiado prega que as mudanças implicarão em perda de autonomia por parte de prefeitos e governadores de todo Brasil, que ficarão à mercê do Governo Federal.

O governador goiano, todos sabem, tem se levantado como a principal voz de oposição à reforma Brasil afora. Desde que Caiado se posicionou pela primeira vez contrário ao texto, diversos estudos foram iniciados para que os possíveis impactos na economia goiana se tornassem amplamente conhecidos. A preocupação goiana é pertinente. Enquanto o Brasil apresentou crescimento pouco acima dos 2% no último ano, Goiás cresceu mais de 6%.

Um dos municípios responsáveis por impulsionar o crescimento goiano é Rio Verde. Localizado na região sudeste do estado, a cidade é amplamente conhecida pelo potencial agrícola e pujança do agronegócio. Especialistas, na esteira do governador, não titubeiam em afirmar que Rio Verde sofrerá consequências severas com as mudanças impostas pelo texto que tramita em Brasília.

Na semana passada, o Sindicato dos Auditores Fiscais de Goiás (Sindifisco-GO) promoveu um almoço com profissionais da imprensa. O encontro foi realizado com o objetivo de esclarecer aos jornalistas os verdadeiros impactos da reforma. Nesse contexto, claro, Rio Verde foi destacado.

Segundo o diretor-executivo do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), Erik Alencar de Figueiredo, diferentemente do que tem sido pregado no sentido de que poucos municípios brasileiros sofrerão impactos na economia, só em Goiás haverão 102 “perdedores”. “Em Rio Verde, por exemplo, se calcula um impacto de R$ 140 bi por ano”, disse.

Durante a visita do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, no último dia 28 de julho, o governador goiano também enfatizou os avanços alcançados não apenas por Rio Verde, mas por todo o estado que, segundo ele, alimenta uma cultura de produção aliada à preservação ambiental.

“Temos uma evolução tecnológica em ascensão. Hoje temos uma agricultura exponencial de altíssima qualidade, com respeito ao meio ambiente. Temos ali [região sudoeste] áreas de pesquisa avançada. Ao citar Rio Verde, estou citando a cultura de Goiás e o quanto avançamos na pecuária, ciência e pesquisa. Perdemos para o Mato Grosso do ponto de vista territorial e área plantada, mas no quesito produtividade por hectare nós somos os maiores. Aqui já não temos safra e safrinha, temos duas safras caminhando para uma terceira”, argumentou o governador ao apelar por um amplo debate dos impactos trazidos pela reforma antes de sua votação definitiva.

Caiado citou, inclusive, uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo com no dia 26 de julho, ou seja, dois dias antes da vinda de Alckmin, onde foi destacado que o município representa uma das mais ricas cidades do agronegócio do País. O texto mostrou que a cidade estava muito longe de ostentar esse título no final dos anos 70 quando tinha menos de 70 mil habitantes. Na contramão do que se tinha à época, hoje Rio Verde exporta cerca de R$ 4,5 bi por ano. O Orçamento da prefeitura saltou de 700 mil em 2017 para mais R$ 1,6 bi esse ano.

Um outro dado levantado pela Folha mostra que não só Rio Verde coloca Goiás entre os estados mais importantes do agronegócio brasileiro. Entre as cem mais ricas do país, dez são goianas. Entre elas: Jataí, Chapadão do Céu, Mineiro, Montividiu e Santa Helena de Goiás.

Preocupado com a manutenção dos resultados goianos, Caiado voltou a defender, na última terça, 8, a união dos governadores diante da tramitação da reforma. Para o chefe do Executivo goiano, a Reforma Tributária, se aprovada nos atuais moldes, criará Estados mais poderosos e outros mais enfraquecidos.

“Não podemos admitir no Brasil que outros Estados não possam crescer. Pobreza existe em todo território, em números diferentes. As oportunidades de emprego existem mais no Sudeste e no Sul, onde terá mais consumo, em comparação ao Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Temos de acalmar as posições de todos os governadores e entender que tentam criar uma ruptura entre nós e isso não é bom em nenhum lugar”, finalizou Caiado.

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