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Raquel Teixeira, no governo gaúcho, aproxima Eduardo Leite do PSDB goiano

Raquel Teixeira, no governo gaúcho, aproxima Eduardo Leite do PSDB goiano

access_time 4 anos ago

Ex-secretária e ex-deputada federal foi convidada pelo governador, que busca ser candidato a presidente, para comandar educação

O anúncio de Raquel Teixeira como a nova secretária de Educação do Rio Grande do Sul, ontem, apesar do aspecto técnico, não deixa de ser um aceno do governador gaúcho Eduardo Leite ao partido em Goiás, em meio à disputa interna no PSDB entre ele e o governador de São Paulo, João Doria, pela candidatura a presidente da República em 2022. É como avaliam tucanos.

Raquel ocupa atualmente a coordenação da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação de São Paulo, do governo Doria, além de integrar o Comitê Técnico do Todos pela Educação, e foi indicada ao governador gaúcho por nomes do setor educacional nacional. Assume o novo posto no dia 22.com

Contudo, além de técnica, Raquel também é filiada ao PSDB, partido pelo qual foi eleita deputada federal por Goiás em 2002 e 2006, e foi candidata a vice-governadora na eleição de 2018, quando compôs chapa com o ex-governador José Eliton.

Eduardo Leite, inclusive, avisou aos ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton do convite feito a Raquel. O primeiro publicou em suas redes sociais ontem que conversou com o governador gaúcho na semana passada sobre o assunto, e o segundo relatou à reportagem ter dialogado com ele no início da semana.

Para José Eliton, que preside o PSDB em Goiás, a escolha de Raquel para a pasta foi técnica. “Falei com o governador Eduardo Leite e, pelo que conversamos, a escolha dele foi com olhar técnico, mas é claro que não deixa de ter impactos políticos. Ele tem buscado levar quadros eficientes (para seu governo) e mostra que tem uma visão de País também.”

José Eliton, porém, ressalta: “Agora, todos nós ficamos muito felizes pela escolha. Demonstra atenção dele com o PSDB de Goiás, que saberá ouvir e dialogar na hora certa.” Ele, que também cita os nomes de Doria e do senador Tasso Jereissati como possíveis candidatos a presidente pelo PSDB, se reúne hoje com o presidente nacional do partido, o deputado Bruno Araújo. Devem conversar sobre os cenários nacional e local da sigla.

O deputado Célio Silveira, que é um dos vice-presidentes nacionais — ao todo, são seis vices — concorda. “Acho que ele fez esse convite mais pela parte técnica mesmo, pela capacidade que (Raquel) demonstrou nos anos em que foi secretária em Goiás (foi secretária de Educação em 1999-2001 e 2015-2018, nos governos Marconi). Além disso, é bem vista nacionalmente. Mas (isso), com certeza, tem impactos políticos. Não deixa de ser um aceno.”

Célio esteve entre os deputados tucanos que se reuniram com Eduardo Leite em 11 de fevereiro para pedir que ele desse início ao processo de viabilização de candidatura ao Planalto. Ele e Doria devem disputar, em 17 de outubro, as prévias do partido para definição de quem será seu candidato à Presidência da República.

Em off, outros tucanos ouvidos pela reportagem relataram que Eduardo Leite tem feito mais acenos internamente no PSDB do que Doria, que também possui desgastes por ser muito contundente nas críticas. Por outro lado, a avaliação é de que pesa a favor do paulista sua atuação no que diz respeito à vacinação contra a Covid-19, além de ser mais conhecido.

TÉCNICO

Raquel Teixeira afirma que conversou com Eduardo Leite, antes de aceitar o convite, a respeito das questões políticas, e que o governador gaúcho descartou qualquer motivação política para o convite, ressaltando a indicação técnica feita por nomes da área. “Falamos sobre isso. Eu disse que componho atualmente o governo de João Doria, que tem por mim a maior consideração, e Eduardo me tranquilizou. Disse que o cargo é técnico.”

Ela relata ter se “tranquilizado” também devido à reação do secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, quando comunicado. “A reação foi a melhor possível. Disse que sente por São Paulo, mas que ficava feliz pelo Rio Grande do Sul e ressaltou possíveis alianças para a área.”

A respeito de seu trabalho à frente da secretaria, ela conta conhecer as dificuldades, sobretudo as acentuadas pela pandemia de Covid-19, mas se diz “com entusiasmo.” “Onde puder ajudar a educação pública, eu vou.”

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