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Saiba quem são os políticos que devem mudar de partido para disputar as eleições de 2026
Nos bastidores, os partidos articulam reforços e os políticos estudam as legendas que podem oferecer melhores condições para viabilizar candidaturas

Bruno Peixoto | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção
A movimentação partidária para as eleições de 2026 já começou em Goiás. Deputados estaduais, federais e lideranças locais avaliam novos caminhos diante de mudanças de cenário, disputas internas e busca por espaços mais estratégicos.
Nos bastidores, os partidos articulam reforços e os políticos estudam as legendas que podem oferecer melhores condições para viabilizar candidaturas. No geral, as movimentações estão concentradas em função das chapas, já que cada uma possui um teto de votos a ser atingido.
Isso faz com que os “peixes grandes”, aqueles nomes mais conhecidos e com maior influência, acabem se acomodando em poucas chapas, garantindo suas posições.
Por outro lado, há um maior número de chapas formadas por nomes desconhecidos e sem histórico de eleição, o que indica uma disputa mais pulverizada entre candidatos menos expressivos. Confira quem são os principais nomes cotados para trocar de sigla:
Lêda Borges

Deputada estadual, atualmente no PSDB, Lêda Borges tem sinalizado insatisfação dentro da legenda, especialmente pela relação desgastada com o ex-governador Marconi Perillo. Aliados da deputada afirmaram à reportagem que ela já não se considera mais tucana e tem buscado novas alianças políticas.
A tucana avalia migrar para o Republicanos ou o União Brasil, mas ainda não confirmou seu destino. A tendência é que procure um partido com maior estrutura para sua reeleição.
O presidente estadual do Republicanos, Roberto Naves, afirmou anteriormente à coluna Bastidores do Jornal Opção que Lêda Borges deverá se filiar ao partido, destacando seu potencial para superar outros pré-candidatos da legenda, como Ricardo Quirino e o próprio Naves.
A deputada teria flertado inicialmente com o União Brasil, chegando a frequentar o escritório do partido e recebendo sinal verde para ingressar, com promessa de estrutura e recursos do fundo eleitoral, ainda conforme a coluna.
No entanto, ela teria avaliado que a chapa do UB será muito forte, com nomes como Delegado Waldir Soares, José Nelto, Pedro Sales e Silvye Alves, o que pode dificultar sua reeleição.
Portanto, embora a deputada ainda não tenha oficializado sua filiação, as movimentações políticas indicam que ela está mais inclinada a se filiar ao Republicanos, partido que, segundo suas avaliações, oferece melhores condições para sua reeleição em 2026.
Bruno Peixoto

Presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto também deve deixar o União Brasil. O parlamentar aguarda um aval do governador Ronaldo Caiado para definir se vai para o PRD ou para o Avante, duas legendas que estão em processo de fortalecimento em Goiás.
Sua decisão é estratégica, já que Bruno tem papel de articulação central no Legislativo. Segundo apurou o Jornal Opção, a tendência é que Peixoto faça uma dobradinha com o também deputado estadual Lucas Calil (MDB) no PRD e tentem duas cadeiras na Câmara Federal em 2026.
Mas Peixoto segue disputado também pelo MDB, como já adiantou à coluna Bastidores. Ao Jornal Opção, o presidente da Alego comunicou sua decisão de adiar qualquer mudança partidária.
“Vou conversar com o governador Ronaldo Caiado. Então, só no próximo ano, vou decidir se permaneço no União Brasil ou mudo de partido.” A federação PRD e Solidariedade é considerada a alternativa mais avançada no momento.
As conversas indicam que se Peixoto optar por se filiar ao PRD ou ao Solidariedade, sua entrada poderá fortalecer significativamente a federação, ajudando inclusive Magda Mofatto (PRD) em sua reeleição, além de Calil.
Já o Avante, apesar das movimentações iniciais e do interesse declarado pelo partido, especialmente por seu presidente estadual Thialu Guiotti, ainda conforme a coluna, o deputado Bruno Peixoto teria se distanciado dessa alternativa, e o avanço com o Avante é cada vez mais improvável.
A força política de Bruno Peixoto, somada à influência do governador Ronaldo Caiado, sugere também por outro lado que o União Brasil deseja mantê-lo. Caiado estaria fortemente interessado em mantê-lo à sua disposição política em Goiás.
Zacharias Calil

Deputado federal, Zacharias Calil mantém conversas com Caiado para migrar para o Podemos. Médico renomado e figura de prestígio nacional na área da saúde, ele pode fortalecer o partido no Estado.
O parlamentar confirmou à reportagem que pode deixar a legenda para disputar o Senado em 2026. Ele disse que se sentiu “fora do jogo” com as movimentações de Caiado em favor da primeira-dama Gracinha Caiado.
“A minha intenção é ficar no União Brasil, mas eu li pelas declarações que o Caiado tem dado, em relação à Gracinha, pedindo apoio para ela, então eu já me senti fora do partido”, declarou.
O deputado reforçou que não abre mão de ser candidato ao Senado. “Eu sou pré-candidato e não vou abrir mão. Então, nesse caso, teria mesmo que migrar de partido”, disse.
Calil revelou que as negociações mais avançadas são com o Podemos. “Estive com a Renata [Abreu, presidente nacional do partido] em Brasília, e ela disse que está me esperando. As conversas deixam bastante animado”, afirmou.
Apesar disso, ele destacou que ainda não conversou diretamente com o governador Ronaldo Caiado sobre sua eventual saída do União Brasil. “Ainda não é o momento, porque não tem muita definição”, ponderou.
Além do Podemos, outras legendas sondaram o deputado. O PL, segundo ele, apresentou uma condição clara. “O Wilder [Moraes] falou comigo de forma muito séria e honesta. Ele disse: ‘só vou te chamar para vir para o PL se eu garantir a vaga do Senado para você’”, contou.
Calil afirmou também que recebeu convites do Republicanos, em conversa com o deputado federal Marcos Pereira, e do Partido Novo. O Jornal Opção apurou, inclusive, que o próprio Roberto Naves, presidente estadual do Republicanos, teria feito o meio-campo entre Calil e Pereira.
O deputado disse que pretende bater o martelo ainda em 2025, para iniciar o próximo ano eleitoral já definido quanto à legenda. “Meu nome está sendo ventilado e eu estou na disputa. Até dezembro tomo a decisão”, garantiu.
Aava Santiago

Vereadora de Goiânia, Aava Santiago deve se desfiliar do PSDB, partido no qual construiu sua trajetória. As conversas indicam duas possibilidades: PSB ou PDT, sendo a primeira opção considerada mais provável.
A parlamentar busca um espaço de maior alinhamento ideológico e de projeção para futuras disputas majoritárias. Fato é que o PSDB atravessa uma fase de esvaziamento e reordenação política.
Ela foi eleita vereadora em Goiânia com mais de 45 mil votos. A possível mudança de partido de Aava Santiago levanta questões sobre os rumos do PSDB em Goiás.
A sigla tem enfrentado desafios, como a fusão com o Podemos, que não se concretizou, e a saída de figuras proeminentes, como o governador de Mato Grosso, Eduardo Riedel.
Aava, por sua vez, continua a fortalecer sua base de apoio e a construir uma imagem de liderança comprometida com as pautas sociais e progressistas. O Jornal Opção tentou contato com Aava Santiago mas não conseguiu retorno.
Tião Peixoto

Vereador por Goiânia, Tião Peixoto já confirmou que vai deixar o PSDB. Com aval do ex-governador Marconi Perillo, ele deve se filiar ao Agir, partido que tem buscado atrair nomes ligados ao tucanato histórico e garantir protagonismo no próximo pleito.
Apesar disso, Tião afirmou à reportagem que a decisão dependerá de entendimentos com aliados e da conjuntura política estadual. “O Agir me convidou e eu sou pré-candidato. Mas antes preciso conversar com o Marconi, que é meu amigo e meu companheiro. Acho que ele não vai negar me liberar para ser candidato ao Senado pelo Agir”, disse o vereador.
Peixoto destacou que uma eventual candidatura sua também passa pelas definições da chapa majoritária para o governo de Goiás. “Eu acho que o Marconi deve ser candidato a governador. E se o Bruno for o vice do Daniel Vilela, como eu vou contra meu filho? Não tem como. Família é família”, afirmou.
O vereador ainda reafirmou lealdade ao governador Ronaldo Caiado (UB), a quem considera sua principal referência nacional. “Para presidente da República eu sou Caiado. Ronaldo Caiado é meu candidato. É muito difícil pensar diferente”, declarou.
Henrique Arantes

Henrique Arantes também deve sair do MDB, mas ainda não definiu para onde irá. O ex-parlamentar, que tem trajetória ligada à família Arantes, busca uma legenda onde possa ter espaço de destaque.
Ao Jornal Opção, Bruno Peixoto afirmou que articula para contar com o apoio de Henrique para ambos se filiarem na mesma legenda, seja na federação PRD-Solidariedade ou no Avante.
À reportagem, Arantes confirmou que o presidente da Alego trabalha para formar uma chapa competitiva e tenta presidir a Federação PRD–Solidariedade.
“Bruno Peixoto está construindo uma chapa para ser o presidente da Federação PRD-SD e tivemos boas conversas nesse sentido. Vejo competitividade e chances de disputar a eleição nessa chapa que ele está construindo junto com o Denes e o Braga”, declarou.
Gugu Nader

Deputado estadual, Gugu Nader deve retornar ao Agir, partido ao qual já esteve vinculado anteriormente, inclusive quando foi eleito em 2022. A possibilidade já é analisada pelo parlamentar desde junho, conforme publicado anteriormente pela coluna Bastidores.
Neste mês, o presidente do Agir em Goiás Fernando Meirelles reforçou a estratégia do partido de ampliar sua representação na Assembleia Legislativa de Goiás. Ainda conforme a coluna, ele afirmou que o partido pretende eleger ao menos três deputados estaduais no próximo pleito.
Além disso, disse que Gugu Nader “sugere que sim” sobre sua eventual filiação de retorno, embora a direção partidária cobre uma definição mais contundente.
À reportagem, Nader confirmou a articulação com o Agir, embora tinha a preferência pela continuação no Avante anteriormente. “Eu estou conversando com alguns partidos. Eu tinha a ideia de ficar no Avante, mas com a recuada do Bruno [Peixoto], eu também recuo. Eu tenho até abril pra decidir onde eu vou.”
Sobre a investida sem sucesso entre Avante e o presidente do Alego, o deputado se refere à possibilidade do Avante caminhar com o PT nacionalmente em 2026, chance esta com alta probabilidade.
“Eu estou conversando com o Agir. Está bem avançada, 80% eu já estou bem alinhado com o Agir. Eu estou conversando com o Bruno, mas eu estou bem alinhado com o Fernando [Meirelles, presidente da sigla em Goiás], no Agir.”
Flávia Morais

Deputada federal, Flávia Morais é um dos principais nomes do PDT em Goiás, mas deve deixar a sigla. Ainda não há definição sobre seu destino partidário, mas a expectativa é que escolha uma legenda que garanta maior segurança para sua reeleição e alinhamento estratégico.
A especulação pela mudança de partido não é recente. Apesar de o PDT goiano estar, historicamente, moldado em torno da força política de Flávia Morais e seu marido, o deputado estadual George Morais, fontes apontam desde o início do ano que a deputada pode enfrentar dificuldades para alcançar o quociente eleitoral em 2026, caso permaneça na mesma sigla.
Cinco legendas já demonstraram interesse em atrair Flávia anteriormente: MDB, PP, Republicanos, PSD e União Brasil. As siglas estão de olho em sua capilaridade eleitoral no Estado.
À reportagem, o deputado estadual George Morais (PDT-GO), marido de Flávia, comentou que nenhuma decisão será tomada antes do início do próximo ano.
“Até o final do ano a gente vai ver como vai ficar com o PDT. Se vai ter federação, se não vai. A decisão vai ser só a partir de janeiro. Até lá é só trabalho. Tem muito trabalho para fazer. Tem que tentar buscar, fortalecer, montar a chapa”, afirmou.
Flávia confirmou ao Jornal Opção o que disse o marido e também negou oficialmente que haja conversas avançadas com outros partidos, como especulado nos bastidores. “Agora não está na hora, porque ninguém toma decisão agora, então a conversa só cria fator”, completou George.
Daniel Agrobom

Deputado federal, Daniel Agrobom avalia sua permanência no PL. Nos bastidores, circula a informação de que ele pode migrar para o União Brasil, partido que tem se consolidado como uma das maiores forças no Estado.
Sua decisão deve pesar na relação com a base ruralista e no alinhamento com Caiado. Embora Agrobom não tenha confirmado publicamente sua intenção de deixar o PL, fontes internas do partido e observadores políticos sugerem que ele pode migrar até mesmo para o MDB, caso o PL não ofereça uma chapa competitiva para as próximas eleições.
Eleito em 2022 com 70.529 votos, Agrobom foi um dos quatro deputados federais eleitos pelo PL em Goiás, ao lado de Gustavo Gayer, Professor Alcides Ribeiro e Magda Mofatto. No entanto, desde então, o PL perdeu dois de seus representantes.
Magda Mofatto trocou de partido, enquanto Professor Alcides foi pressionado a sair, possivelmente devido à influência de Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme publicado anteriomente pela coluna Bastidores.
Atualmente, o PL conta com apenas dois deputados federais em Goiás: Gustavo Gayer e Daniel Agrobom. Contudo, se Gayer decidir se candidatar ao Senado, o partido enfrentará dificuldades para formar uma chapa competitiva, o que pode levar Agrobom a considerar sua saída.
No início do ano, fontes do PL expressaram receio de que Agrobom deixasse o partido, alegando insatisfação com sua postura e desempenho. À reportagem, o parlamentar diz estar tranquilo no PL, apesar de estar conversando com outras siglas.
“Até o momento eu estou muito tranquilo no PL. Não tenho nenhuma intenção de deixar o partido, preciso aguardar o momento da janela para ver como serão as composições de chapas para a próxima eleição. Tenho sido procurado por vários partidos”, afirmou.
Questionado, o deputado preferiu não entrar em detalhes e não mencionou quais siglas seriam essas. “Sou amigos de todos líderes partidários. Converso com todos”, destacou.