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Se Wilder for candidato a governador, cresce a possibilidade de Bruno Peixoto ser vice de Daniel Vilela

Se Wilder for candidato a governador, cresce a possibilidade de Bruno Peixoto ser vice de Daniel Vilela

access_time 5 dias ago

PL opera em algumas vias. Pode lançar candidato ao governo e pode bancar um postulante ao Senado na chapa do emedebista e de Gracinha Caiado

Bruno Peixoto e Daniel Vilela: arestas podem ser aparadas em nome do realismo político | Foto: Jornal Opção

No momento, assiste-se os primeiros dez minutos da partida eleitoral de 2026. Ou seja, não há nada definido. Só jogos… de paz e guerra.

Há, porém, duas ações definidas: Daniel Vilela, do MDB, para governador e Gracinha Caiado, do União Brasil, para senadora. Não há outro jogo — em todos os partidos — definido.

Mesmo em campo, os políticos sabem que os dez minutos iniciais não decidem o resultado do jogo. Por isso, todos estão jogando muito, à espera do momento adequado de fazer os gols, quer dizer, de definir as alianças reais.

Os três jogos do PL em Goiás

Wilder Morais, Vitor Hugo e Gustavo Gayer: a chapa de 2026? | Foto: Reprodução

O Partido Liberal, o partido do “técnico” Jair Bolsonaro, opera ao menos três vias, com táticas habilidosas.

Primeiro, como se sabe, Bolsonaro prefere eleger senador a governador. Por isso, sua preferência é por uma aliança com Daniel Vilela, que levaria para sua chapa um candidato a senador. Qual o nome? Não está definido.

No momento, o PL tem dois pré-candidatos a senador: o vereador Major Vitor Hugo — que, de tão amigo, se tornou “irmão” de Bolsonaro — e o deputado federal Gustavo Gayer. Nenhum dos dois está escolhido. Porque não é hora de escolher. É hora de jogar.

Segundo, há quem no PL, o de Goiás, gostaria de lançar os dois candidatos a senador na chapa de Daniel Vilela. Os nomes seriam Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo.

Fica a ressalva de que Gracinha Caiado não vai sair do páreo — é incontornável — para abrir mais uma vaga para o PL. Até porque a estrutura do Partido Liberal em Goiás é pequena. Quem tem voto é o bolsonarismo e não, a rigor, o Partido Liberal.

Fala-se que Gustavo Gayer pode ter o mandato de deputado cassado e, até, ser preso. Mas há a possibilidade de que isto não aconteça. Se não, estará no páreo para 2026, como candidato à reeleição ou a senador.

Terceiro, há a possibilidade de o PL lançar candidato a governador, que seria Wilder Morais. Com qual chapa? Comenta-se que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o senador Vanderlan Cardoso (PSD) poderão fazer parte de sua chapa com postulantes ao Senado. Por enquanto, não passa de especulação, mas que pode se tornar realidade, quando 2026 chegar.

A tese dos apoiadores é a seguinte: no momento, Wilder Morais não é um candidato forte, ficando atrás de Daniel Vilela e, até, de Marconi Perillo. “A questão é a seguinte: se Bolsonaro der uma declaração firmando que Wilder é seu candidato a governador, é provável que, em pouco tempo, ele apareça nas pesquisas com 25% ou 30%”, sugere um membro do PL.

Noutras palavras, Wilder Morais seria um candidato consistente para enfrentar Daniel Vilela. Por causa do bolsonarismo.

Múltiplos vices para Daniel Vilela

Lucas do Vale, José Mário Schreiner, Paulo do Vale e Issy Quinan: vice pode estar na foto | Foto: Divulgação

Se Wilder Morais for candidato, o que muda? Talvez muito. Não tanto por ele em si, e sim por causa do apoio de Bolsonaro. (Porém, se o ex-presidente for condenado pelo Supremo Tribunal Federal e preso, ficando incomunicável no período eleitoral, a tática poderá dar com os burros n’água.)

Com Wilder Morais, no jogo, acompanhado de Marconi Perillo e Vanderlan Cardoso — e talvez Zacharias Calil na sua vice —, o jogo de Daniel Vilela tende a mudar.

Com Wilder fora do jogo, o vice de Daniel Vilela tende a ser um técnico, como Adriano Rocha Lima ou Pedro Sales, ambos do União Brasil e ligados ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB).

Sem Wilder como adversário, o rival de Daniel Vilela tende a ser Marconi Perillo, que, possivelmente, buscará o apoio, sobretudo a estrutura, do PT dos deputados federais Adriana Accorsi e Rubens Otoni.

Com Wilder Morais no jogo, Ronaldo Caiado certamente lançará para vice de Daniel Vilela não um técnico, e sim um político experimentado, que, tendo força em sua região, possa atrair mais eleitores para a chapa.

Wilde Cambão: o deputado é uma das apostas do Entorno | Foto: Jornal Opção

Por sinal, comenta-se também a maluquice de que Wilder Morais poderá ser vice de Daniel Vilela. Mas não é crível que um senador renuncie ao mandato para ser vice. A tese é que, sendo vice em 2026, assumiria o governo em 2030 e se tornaria candidato natural a governador.

Vices políticos para Daniel Vilela há muitos, como, em ordem alfabética, Bruno Peixoto (União Brasil), Carlinhos do Mangão (a caminho do União Brasil), Diego Sorgatto (UB), Gustavo Mendanha (MDB), José Mário Schreiner (MDB), Paulo do Vale (UB), Wilde Cambão (PSD), Vanuza Valadares (UB) e Zeli Fritsche (UB).

Presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto constituiu uma força eleitoral em todas as regiões do Estado. No momento, opera para ser candidato a deputado federal. Acrescentaria como vice, sobretudo numa eleição muito disputada, com o PL apresentando-se como rival.

Carlinhos do Mangão: prefeito reeleito de Novo Gama | Foto: Reprodução

Carlinhos do Mangão é popular e tem cara de povão. “É a cara do Entorno”, diz um deputado. É prefeito de Novo Gama. Resta saber se aglutina os demais prefeitos e lideranças da região.

Diego Sorgatto é jovem e tem o mesmo perfil de Daniel Vilela, o que diminuiu sua força para vice. Mas representa o município, Luziânia, que tem mais eleitores no Entorno de Brasília. É uma espécie de capital da região.

Zeli Fritsche, dentista e deputada federal, representa o Entorno de Brasília, notadamente Valparaíso de Goiás, município que tem o terceiro maior eleitorado da região, atrás apenas de Luziânia e Águas Lindas.

Wilder Cambão é deputado estadual, político de matiz diplomático e representa o Entorno de Brasília. Portanto, como vice, acrescentaria.

Zeli Fritsche e Pábio Mossoró: aliados | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção

Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, representa o segundo maior município em termos de eleitores de Goiás. E tem força política na capital. Mas não tem como ser vice pelo MDB. Por isso tende a se filiar noutro partido, talvez ao União Brasil ou ao pP (que estão federados).

José Mário Schreiner é presidente da poderosa Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), que, dados os sindicatos rurais, tem presença em todo o Estado. No caso da candidatura de um bolsonarista, como a de Wilder Morais, ter um vice que é produtor rural e representa os produtores rurais pode ser um diferencial. Além disso, ele representa, em termos políticos, uma das regiões mais prósperas do Estado, o Sudoeste.

Vanuza Valadares: um nome do sempre esquecido Norte de Goiás | Foto: Leoiran/Jornal Opção

Médico, produtor rural e ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale é, possivelmente, o político mais consistente, em termos eleitorais e de popularidade, do Sudoeste de Goiás. Planeja ser candidato a deputado federal. Porém, por ter voto, acrescentaria como vice.

Vanuza Valadares (UB) é prefeita reeleita de Porangatu. É jovem, é articulada politicamente e tem experiência administrativa. “Se escolhida, será uma grande vice”, defende José Nelto.

Então, há vários jogos. Mas o jogo definitivo começará, de verdade, entre abril e maio de 2026. Até lá, as “águas” político-eleitorais são especulativas; portanto, turvas. (E.F.B.)