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Vice de Bolsonaro pode ser ACM Neto ou Marcos Pereira
O presidente pode atrair um vice terrivelmente evangélico ou então um vice terrivelmente político
O presidente Jair Bolsonaro quer um vice “terrivelmente evangélico” ou uma vice “terrivelmente” forte no Nordeste e que ainda divida possíveis apoiadores do PSDB do governador de São Paulo, João Doria?
Bolsonaro tem preferência por um vice “terrivelmente evangélico”, que seria o presidente do partido Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, da Igreja Universal do Reino de Deus. Os dois mantêm relacionamento de “irmãos” e conversam com frequência.
Há quem avalie que o campo evangélico, ou pelo menos grande parte dele, já está com Bolsonaro — portanto, a indicação de Marcos Pereira para vice não agregaria novos apoios e novos eleitores.
Por isso, a intelligentsia do bolsonarismo — a mesma que operou as vitórias na Câmara dos Deputados e no Senado, e que inclui civis e militares — avalia que, no lugar de Marcos Pereira, Bolsonaro pode convidar para vice o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente nacional do partido Democratas. Por dois motivos.
Primeiro, com a indicação de um baiano, pode atrair parte significativa do eleitorado nordestino. Segundo, e mais importante, pode, com a possível indicação de ACM Neto, dividir o grupo político que apoia ou pretendia apoiar João Doria para presidente.
Com ACM Neto na vice, vários políticos do Democratas ficarão sem chão, quer dizer, sem partido, tendo de procurar novos caminhos. Luiz Henrique Mandetta, Rodrigo Maia e, sobretudo, Luciano Huck (ainda sem filiação partidária) terão de dançar a valsa do adeus. Poderão caminhar com João Doria, ou Huck pode ser candidato por outro partido, mas o DEM pode caminhar com Bolsonaro.
Sonhos? Não. Bolsonaro está articulando. E é muito menos bobo do que acredita a intelligentsia jornalística dos grandes veículos de comunicação.