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Número de mortes de idosos por Covid em Goiás subiu em julho

Número de mortes de idosos por Covid em Goiás subiu em julho

access_time 3 anos ago

Quantidade de mortos teve aumento de 4% entre junho e julho e proporção cresceu 32,9%. Diminuição da proteção é principal fator

A quantidade de óbitos por Covid-19 entre pessoas com 60 anos ou mais subiu 4% em julho, em Goiás, em comparação com junho. A proporção de mortes nessa faixa etária também cresceu 32,9%. Saúde acredita que fenômeno é resultado da diminuição da proteção contra a doença entre idosos.

Dados parciais de agosto apontam para uma manutenção do crescimento proporção de idosos mortos pela doença no Estado. Foram 321 óbitos até o dia 14. Em julho, no total, 729 pessoas com mais de 60 anos morreram em decorrência da Covid-19 em Goiás.

Ao longo do ano, desde o início da vacinação contra doença e do fim do pico da segunda onda em março, quando 2,4 mil idosos morreram pela Covid-19, o número absoluto de óbitos vem caindo. Em abril, houve 1,6 mil mortes. Em maio, o número caiu pela metade (829) e, em junho, a queda continuou (699). Entretanto, em julho, houve uma mudança na curva.

O mesmo ocorreu com a proporção de pessoas com mais de 60 anos mortas pela doença (veja quadro). A faixa etária mais afetada foi a das pessoas com 80 anos ou mais. A proporção de óbitos entre elas saltou seis pontos porcentuais de junho para julho. Este grupo foi seguido pelas pessoas com idade entre 60 e 69 anos e aquelas com idade entre 70 e 79 anos.

O titular da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, diz que os números mostram a perda natural de proteção contra a doença que os idosos vão tendo depois de vacinados. “Isso é próprio da pessoa idosa. A imunossenescência (deterioração natural do sistema imunológico) faz isso. Conseguimos perceber essa diminuição da proteção cerca de seis meses depois deles completarem o esquema vacinal”, esclarece Alexandrino.

Dose de reforço

O infectologista Marcelo Daher acredita que os números demonstram o fato de que a decisão de aplicar a dose de reforço nos idosos e imunodeprimidos agora foi a decisão correta. “O reforço veio na hora certa, sem dúvidas”, avalia o médico.

O secretário estadual de Saúde compartilha da mesma opinião. “Tinha que ser feito agora. Se não, teríamos uma mortalidade exacerbada nesse grupo. A vacina sempre tem alguns intuitos como reduzir a mortalidade e a gravidade da doença, além da circulação do vírus”, explica.

Reportagem do POPULAR mostrou em que, em julho, também houve um aumento na proporção de idosos internados. Os idosos foram 48% dos hospitalizados em julho, enquanto, em junho, representaram apenas 25,3% do total, menor marca desde o início da pandemia. “Com o aumento dos óbitos, conseguimos confirmar que a diminuição da proteção também levou a esse outro aumento”, diz Alexandrino.

Em Goiás, a dose de reforço começou a ser aplicada em idosos institucionalizados na última semana. De acordo com dados do Painel da Covid-19, 22,7 mil idosos que vivem em abrigos receberam as duas doses da vacina contra a doença e estão aptos a tomarem o reforço.

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