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Brasil precisa de lockdown nacional, diz pesquisador de Oxford

Brasil precisa de lockdown nacional, diz pesquisador de Oxford

access_time 4 anos ago

Segundo Ricardo Schnekenberg, a abordagem regional da pandemia tem problemas práticos, e não basta que Estados apliquem restrições

Na avaliação do médico Ricardo Schnekenberg, pesquisador da Universidade de Oxford, no Reino Unido, o Brasil precisa entrar em “lockdown” nacional. Segundo ele, a abordagem regional da pandemia tem problemas práticos, e não basta que Estados apliquem restrições.

“Não estamos na mesma situação de março, em que se falava em lockdown e não se tinha perspectiva de quanto tempo iria demorar. Agora (com as vacinas) temos um horizonte muito mais próximo. É uma medida de curto prazo, que não faz o vírus desaparecer, mas reduz o número de casos para que outras sejam implementadas e tenham efeito a longo prazo“, explicou Schnekenberg ao jornal O Globo.

Ele diz que, como o Reino Unido, o governo federal deveria implementar o confinamento, com organização a nível nacional.

“Na situação em que o Brasil está, com transmissão comunitária em graus tão elevados, outras medidas de controle não são efetivas”, afirmou.

Schnekenberg acredita que autoridades regionais não têm capacidade de fiscalização.

“O poder público estadual e municipal não têm capacidade de fiscalização suficiente e não parece que a população realmente esteja aderindo de forma significativa”, afirmou.

O pesquisador disse que as restrições, no entanto, não são válidas se não foram acompanhadas de suporte financeiro tanto para trabalhadores quanto para empresários, a exemplo do que foi feito em outros países.

“Não tem como esperar que as pessoas percam o ganho e fiquem em casa sem ter nenhum suporte. Em outros países isso sempre vem acompanhado de pacotes de suporte financeiro, empréstimos a juros baixos e diversas medidas —não é só dar uma mesada ao trabalhador. Restrições a nível municipal e estadual tendem a falhar, porque os municípios e estados não têm caixa suficiente para bancar esses suportes”, explicou.

O pesquisador acredita que o confinamento deve ser “intenso”, com o fechamento de todas as atividades não essenciais.

“Acredito que um lockdown extremamente intenso seja necessário, mantendo somente atividades essenciais e estabelecendo fiscalização forte para que as pessoas respeitem as regras. Cada domicílio deve conviver dentro de sua bolha familiar até o final do lockdown, com as únicas saídas diárias permitidas para compra de itens essenciais, consultas médicas e exercício físico ao ar livre respeitando o distanciamento social”.

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