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Com intermediação de Daniel, Baldy e Caiado tentam acordo para 2022

Com intermediação de Daniel, Baldy e Caiado tentam acordo para 2022

access_time 3 anos ago

Na busca por apoio à reeleição, governador negocia retorno do PP ao governo; presidente da sigla, todavia, quer garantia de vaga ao Senado em chapa

Depois de conquistar a aliança com o MDB, o governador Ronaldo Caiado (DEM) iniciou investidas para já fechar o apoio do PP nas eleições de 2022, com oferta de nova secretaria para o grupo. Com a interlocução do presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, o democrata recebeu o presidente estadual do partido e ex-deputado federal Alexandre Baldy, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, e o deputado Adriano Avelar em jantar no Palácio das Esmeraldas nesta quinta-feira (30).

Por ora, o acordo está travado porque o PP quer a garantia da vaga ao Senado para o partido, que tem Baldy como pré-candidato. Já Caiado, que recebe pressão de outros partidos e pré-candidatos, quer deixar a escolha para maio ou junho do ano que vem. Os governistas têm dito ao PP que, se o ex-deputado for o nome com mais potencial no ano que vem, será o escolhido.

Daniel, que já teve o nome anunciado por Caiado como candidato a vice no evento de oficialização da aliança MDB-DEM, tem atuado na articulação política do democrata. Teve conversas com Adriano Avelar e Roberto Naves nas últimas semanas, e já dialogava com Baldy, de quem foi aliado nas eleições de 2018.

A maioria das lideranças pepistas apoia o governador, mas o partido perdeu espaço no governo em janeiro, por conta de insatisfação do governador com Baldy. O então secretário de Cultura do Estado, Adriano Baldy, foi exonerado depois que o irmão cobrou, em entrevista ao jornal O POPULAR, que Caiado tivesse posicionamento em favor do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) nas eleições para a Câmara dos Deputados.

No final de julho, Roberto Naves promoveu encontro de Baldy e Caiado em evento em Anápolis. Antes, no entanto, eles já haviam iniciado conversas para reaproximação.

Agora, Caiado está disposto a abrir espaço novamente para o PP no primeiro escalão. Nos bastidores, a informação é de que o partido voltou a pleitear a Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), mas a oferta foi da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi). Como a área social é uma das prioridades do governo e a primeira-dama Gracinha Caiado comanda as ações, o governador não quer ceder a Seds.

As lideranças do PP negam que tenham tratado de vaga no secretariado e afirmam que qualquer caminho nesse sentido só ocorreria com a garantia da presença na chapa majoritária. “Como vamos indicar alguém agora em outubro para daqui a cinco, seis meses, sair do governo se não tivermos o espaço que queremos”, diz um dos pepistas.

outros nomes

Além de Baldy, estão de olho na vaga ao Senado na chapa de Caiado pelo menos outros cinco pré-candidatos: o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles (PSD), os deputados federais Waldir Soares (PSL, que vai se fundir com o DEM), João Campos (Republicanos) e Zacharias Calil (DEM) e o senador Luiz do Carmo (MDB).

O PP coloca como seus pontos fortes o fato de ser o segundo maior partido em número de prefeitos e de ter influência no governo do presidente Jair Bolsonaro e no Congresso, com Lira e Ciro Nogueira ministro da Casa Civil. Além disso, têm apostado na possibilidade de o presidente se filiar ao partido. “Quantos prefeitos o Meirelles tem?”, provoca uma outra liderança do partido ao ser questionado se hoje o pessedista não tem maior chance de ser o escolhido da base.

Meirelles filiou-se ao PSD em fevereiro, por articulação do senador Vanderlan Cardoso, que chegou a afirmar que o governador havia feito compromisso de abrir espaço na chapa ao partido. Caiado nunca confirmou o acordo e não deu garantias da vaga ao ex-ministro da Fazenda. Além dessa indefinição, Vanderlan também sai prejudicado com o acordo DEM-MDB, já que tem o projeto de disputar o governo em 2026. Caso Caiado seja reeleito, Daniel deve assumir o governo em abril de 26 e ser o candidato natural à reeleição.

O PSD também tem afirmado que só fechará aliança com Caiado se Meirelles estiver na chapa. Como o Giro mostrou no dia 22, a sigla prepara uma agenda de eventos com o pré-candidato no Estado a partir deste mês. Em setembro, ele esteve com o governador, que o questionou se realmente mantém a disposição de disputar, o que foi confirmado.

Como já definiu o vice um ano antes das eleições, o desafio de Caiado agora é evitar perdas na base e essas insatisfações que podem fortalecer a oposição. O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, deixou o MDB e busca apoio de partidos para disputar contra Caiado, apostando nas queixas de atuais aliados. Esta semana, ele apareceu em fotos ao lado de Vanderlan e do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), que demonstra insatisfação com as declarações de Daniel Vilela, que rompeu com o prefeito em abril.

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