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Ocupação de UTIs é de 100% em 5 hospitais privados no Estado
Associação em Goiás que representa 15 estabelecimentos particulares de saúde afirma que demais locais podem chegar a índice crítico rapidamente
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para pacientes com coronavírus, de cinco hospitais privados de Goiânia, estão com a ocupação em 100%. As informações são do presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Yaspers Helou, e são referentes ao início da tarde desta quarta-feira (20). Os dados foram repassados em reunião do Centro de Operações de Emergência (COE) estadual de combate à Covid-19.
Dos 15 hospitais filiados a Ahpaceg, 5 estavam com as UTIs lotadas por volta das 13 horas desta quarta-feira (20), o Hospital Anis Rassi, Hospital do Coração, Hospital Santa Bárbara, Hospital Neurológico e Hospital São Francisco. “Não está tendo vaga, entra um e sai outro, relatou um deles”, descreve Haikal. Segundo o presidente, os números de internação teriam aumentado nos últimos três dias. Também teriam aumentado as ligações de pessoas pedindo vagas em unidades específicas.
“De seis (lotados) para todos é um espaço muito curto, porque esses hospitais começam a redistribuir os pacientes entre nós e ficamos todos lotados em um espaço curto de tempo”, descreveu Haikal durante a reunião por videoconferência do COE. Inicialmente ele falou que eram seis hospitais com lotação máxima nas UTIs, mas em seguida corrigiu a informação e explicou que recebeu o relato de cinco hospitais.
Haikal explica que muitos desses pacientes das unidades lotadas são atendidos inicialmente na Emergência e, depois de internados, não aceitam ser transferidos para outras unidades. Assim, os pacientes graves acabam ficando concentrados em alguns hospitais.
“Goiânia inteira não está lotada. Esses hospitais estão lotados. A situação está começando a ficar desconfortável para eles, quando eles não conseguem transferir o paciente”, descreve o presidente da Ahpaceg.
Haikal avalia que o cenário na segunda onda é mais crítico, porque desta vez, os pacientes com outras doenças estão procurando mais os hospitais. “Os hospitais estão cheios de outras patologias.”
Desde novembro de 2020 que a Ahpaceg não divulga de forma pública a ocupação de leitos com pacientes coronavírus. Haikal adianta que isso deve mudar após reunião interna entre os associados e os dados devem voltar a ter publicação diária.
Público
A situação da rede pública estadual também tem preocupado gestores da Saúde e membros do Ministério Público que acompanham a crise provocada pela pandemia da Covid-19. A ocupação dos leitos de UTI para pacientes com coronavírus passou de cerca de 50% no início do ano para 81% às 18 horas desta quarta-feira. Isso representa 184 vagas ocupadas e 45 disponíveis.
Dos 14 hospitais com leitos de UTI Covid-19 da rede pública estadual, sete estavam com a ocupação em 100% no início da noite desta quarta-feira. São eles o Hospital Regional de Formosa, Hospital Municipal de Mineiros, Hospital das Clínicas de Jataí, Hospital São Marcos de Itumbiara, Hospitais Nasr Fayad e Santa Casa de Catalão. Destes sete, cinco possuem um total de menos de 11 leitos críticos cada um.
Na rede pública municipal de Goiânia, a ocupação das UTIs para Covid-19 estavam em 70,51% às 13 horas desta quarta-feira. Já em Aparecida de Goiânia a ocupação era 52%. Em Anápolis, a ocupação dos leitos críticos coronavírus estava em 56%.
Durante reunião do COE desta quarta, a gerente de Atenção Terciária, Danielle Jacques, falou que têm sido realizadas conversas com o Ministério da Saúde para conseguir a habilitação de novos leitos Covid-19, que foram desabilitados quando os números da pandemia diminuíram. “Não tem como expandir e não ter repasses financeiros do Ministério da Saúde”, explicou.
Ainda durante a reunião, o procurador da república Ailton Benedito, do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás, pediu a relação destes leitos com solicitação de habilitação no Ministério da Saúde.
Com este aumento de internações, outra região que tem preocupado gestores da Saúde e o Ministério Público, é o Entorno do Distrito Federal. O Hospital de Campanha de Águas Lindas, financiado pelo governo federal, foi desmobilizado em outubro de 2020 e não há perspectiva dele ser reaberto. Já os hospitais de Luziânia e Formosa estão com a capacidade máxima possível de leitos.
Além da possibilidade de abrir leitos em outras regiões, também há uma conversa prévia entre os secretários de Saúde de Goiás e do Distrito Federal, para uma relação de cooperação, de acordo com o superintendente de Atenção Integral à Saúde, Sandro Rodrigues.