Tribunal condena Padre Luiz

TCE determinou que o sacerdote devolva R$ 1,3 milhão aos cofres públicos, em 15 dias, por ter recebido sem trabalhar na Assembleia Legislativa por pelo menos 15 anos

Por: Andréia Bahia / O Popular

O Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) condenou o padre Luiz Augusto Ferreira da Silva a devolver R$ 1,3 milhão aos cofres públicos, em 15 dias. Esse é o valor que o padre teria recebido sem trabalhar na Assembleia Legislativa por pelo menos 15 anos, segundo a representação do Ministério Público de Contas junto ao TCE acatada nesta quarta-feira (21) pelo Pleno do tribunal.

Luiz Augusto ocupou, desde 1980, o cargo de analista legislativo, com salário bruto mensal de R$ 11,8 mil, mas de acordo inspeção feita a pedido do Ministério Público de Contas, em 186 meses (15 anos e meio) o padre recebeu o salário sem comprovar a frequência. Ele teria deixado de cumprir suas funções na Casa desde que foi ordenado como sacerdote, em 1995.

Na sessão do Pleno de hoje, os conselheiros do TCE acompanharam o voto do relator, Saulo Marques Mesquita, e, além do ressarcimento dos salários recebidos sem trabalhar, a decisão proíbe o padre de assumir cargo em comissão ou função de confiança no governo estadual pelo período de cinco anos. O acórdão do TCE determina ainda que a Assembleia Legislativa instaure e conclua em 6 meses um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade dos servidores que deveriam verificar a frequência de Luiz Augusto.

Histórico

A situação irregular foi revelada em março de 2015 e, em junho daquele mesmo ano, o padre teve bens no valor de R$ 12,5 milhões bloqueados pela Justiça e foi denunciado pelo Ministério Pública. A Justiça encontrou R$ 86 mil reais em uma conta bancária de Luiz Augusto e dois carros de sua propriedade.

Luiz Augusto foi demitido da Assembleia Legislativa em julho de 2015 e em maio deste ano teve o pedido de recondução ao cargo negado pelo Tribunal de Justiça.

Defesa

A reportagem tentou ouvir Luiz Augusto na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, no Setor Expansul, em Aparecida de Goiânia, onde é sacerdote, mas a atendente informou que o padre estava fazendo visitas a hospitais e que retornaria a ligação mais tarde. Entretanto, até o fechamento da edição, Luiz Augusto não retornou às tentativas de contato da reportagem.

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